A campanha Fevereiro Laranja busca conscientizar a população sobre a leucemia, destacando a importância do diagnóstico precoce e da doação de medula óssea. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 11 mil novos casos da doença são registrados anualmente no Brasil.
A leucemia afeta a medula óssea, comprometendo a produção das células sanguíneas. Os sintomas incluem cansaço excessivo, infecções frequentes, febre sem causa aparente e hematomas. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue.
A médica hematologista e hemoterapeuta, Maíra Borela Nunes, explica que as leucemias são um grupo de cânceres hematológicos que acometem a medula óssea, local responsável pela produção das células do sangue.
Essas doenças são classificadas inicialmente em leucemias agudas e crônicas, sendo as primeiras caracterizadas por um curso clínico mais agressivo, enquanto as crônicas geralmente apresentam uma progressão mais lenta. “Dentro dessas categorias, as leucemias são subdivididas, principalmente, em mieloides e linfoides, e, além disso, ambas possuem subclassificações mais específicas, que influenciam no prognóstico e na escolha do tratamento”, explica a especialista.
Ainda segundo a professora, as leucemias agudas representam um risco significativo à produção normal das células sanguíneas e demandam intervenção médica imediata. O diagnóstico inicial pode ser sugerido por alterações no hemograma, exame de sangue simples que pode indicar anemia, alteração dos leucócitos e plaquetas. “Na maioria dos casos, observa-se uma redução na contagem dessas células, embora os leucócitos possam, em algumas situações, estar elevados. Essas alterações podem resultar em sintomas como cansaço excessivo, infecções recorrentes, febre sem causa aparente, sangramentos espontâneos, hematomas e linfonodomegalias, popularmente conhecidas como ínguas”, ressalta.
Tratamentos e transplante
Diante desses sinais, Maíra destaca que é essencial procurar um especialista para a investigação adequada e o diagnóstico preciso da doença. Pesquisas recentes têm destacado avanços significativos no tratamento da leucemia, incluindo terapias-alvo e imunoterapia, que aumentam as chances de remissão e reduzem os efeitos colaterais.
O tratamento varia conforme o tipo de leucemia e as características de cada paciente, podendo incluir quimioterapia oral ou venosa, imunoterapia e transplante de medula óssea.
A leucemia aguda tem cura; um dos principais tratamentos nesses casos é o transplante de medula óssea. Esse procedimento pode ser essencial para a cura, mas depende da compatibilidade entre doador e paciente. Muitas pessoas acreditam que a doação de medula óssea é uma cirurgia grande, mas é um procedimento simples e pouco invasivo.
Para ser doador, basta informar seu interesse ao doar sangue ou procurar um hemocentro. Com uma pequena amostra de sangue, os dados genéticos são inseridos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Caso seja identificado um paciente compatível, o doador é chamado para novos exames antes da doação propriamente dita.
Apesar de o Redome contar com mais de cinco milhões de cadastrados, a compatibilidade entre doadores e pacientes ainda é um desafio, tornando essencial o aumento do número de voluntários.
“A doação de medula óssea pode salvar vidas, e muitas pessoas aguardam por um doador compatível. Como a leucemia aguda é uma doença agressiva, o tratamento precisa ser realizado o mais rápido possível. Quanto mais doadores cadastrados, maiores são as chances de encontrar um compatível para quem precisa. Se você tem entre 18 e 35 anos, está saudável e deseja ajudar, considere se cadastrar. Você pode ser a esperança de cura para alguém”, finaliza.
Com Informações Instituto Nacional do Câncer/Ascom
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