Café mais amargo: preço do produto sobe 18% no Tocantins em janeiro de 2025

Segundo economista, apesar de um cenário incerto para fevereiro, a queda do dólar poderá estabilizar os preços.

Dona Izabel Souza, servidora pública, sempre apreciou um café puro, coado na hora ou com leite. Mas, segundo a servidora, nos últimos meses, algumas medidas precisaram ser tomadas para que esse produto, consumido no mundo todo, não pesasse no bolso. “Parei de fazer muito café para não desperdiçar na garrafa e passei a comprar outra marca mais em conta”, disse Izabel.

No Tocantins, o consumidor tem reclamado do preço do grão moído nas prateleiras dos supermercados. Antes chamado de grão de ouro, atualmente pode receber outro apelido, “grão de diamante”, que seria mais apropriado no momento. Afinal, por que esse item indispensável na cesta básica está tão caro?

O economista Autenir de Rezende destacou que secas severas, temperaturas elevadas e condições adversas no clima, principalmente nas regiões onde mais se produz café no Brasil, foram fatores determinantes. “Isso reduz a oferta do produto, já impulsionando o preço, e quando associado ao aumento das exportações e a aumento do dólar, desvalorização cambial e redução dos estoques no mundo a gente tem uma combinação que conduz ao aumento no preço final”, disse o economista. Outro fator seria a “insistência” do consumidor em não diminuir o consumo da bebida. Na China, por exemplo, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em cinco anos, o consumo do cafezinho aumentou 60%.

De acordo com o Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Naepe), atualmente o consumidor tocantinense está encontrando o café com preços entre R$12,50 e R$17,50. No início de 2024, o mesmo produto era encontrado com preços entre R$7,00 e R$10,00. Pesquisa recente do Naepe mostra que, de dezembro de 2024 a janeiro de 2025, o preço do café aumentou 18% e no acumulado dos últimos 12 meses o aumento foi de 75%.

Segundo o economista, para os próximos dias, o cenário ainda é incerto e uma mínima possibilidade é o reflexo da diminuição do dólar no preço final, podendo estabilizar neste mês de fevereiro. “O governo federal já vem propondo ações no sentido de regularizar os estoques de alimentos dentro do país e controlar melhor a questão da exportação”, disse. “O governo está revendo o que é prioridade. Se é levar produtos para fora ou suprir o mercado interno”, destacou Autenir.

Com Informações do Naepe

Fotos: Divulgação

 

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