Uma operação da Polícia Militar do Tocantins (PM/TO), com apoio da PM da Bahia e de Pernambuco, por meio de repasse de informações, desarticulou uma quadrilha internacional de contrabando de cigarros, levando ao fechamento de uma fábrica clandestina no município de Dianópolis, no sudeste do Tocantins.
De acordo com a equipe policial, a operação resultou na apreensão de mais de 12 toneladas de cigarros prontos para venda, além de 27 toneladas de tabaco e outros insumos destinados à produção ilegal.
A ação ocorreu após o compartilhamento de informações entre as forças policiais dos três estados. A PM/TO atuou com equipes do 11º Batalhão da PM, da Força Tática, da Patrulha Rural, do Grupamento Aéreo (GRAER) e do Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas (BPMRED), que localizaram inicialmente o galpão clandestino às margens de um canal em Dianópolis. Drones foram utilizados para patrulhamento aéreo, o que possibilitou a localização de dois galpões, onde as equipes verificaram uma linha de produção de cigarros em grande escala.
A operação
A polícia informou que a PM da Bahia, por meio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) Chapada, e a PM de Pernambuco alertaram sobre o transporte de uma carga ilegal de cigarros na área; as equipes da Polícia Militar do Tocantins realizaram incursões e localizaram uma casa abandonada nas margens de um canal em Dianópolis. Com o uso de drones, o GRAER identificou dois galpões próximos ao local. Ao se aproximar, os policiais avistaram dois indivíduos, que fugiram em direção à mata.
Durante a noite, os agentes mantiveram vigilância no local e confirmaram que a estrutura abrigava uma fábrica de cigarros. No interior do galpão, as equipes encontraram uma linha de produção completa para fabricação de cigarros, que incluía quase 50 mil maços prontos para comercialização, caixas de filtros e insumos.
Estima-se que a capacidade de produção da fábrica fosse de cinco mil maços de cigarro por dia, o que equivale a um milheiro de cigarros. Foram apreendidos maquinários, um caminhão-baú e cerca de 27 toneladas de tabaco. Além disso, os militares apreenderam duas armas de fogo em posse dos suspeitos: uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38.
Durante a incursão, dois homens armados tentaram fugir e, ao ser identificados como suspeitos, atiraram contra os policiais. Durante o confronto, eles foram atingidos e, mesmo com o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar, não resistiram aos ferimentos e morreram. Um terceiro suspeito foi preso em flagrante e confessou que atuava como responsável pelo fornecimento de mantimentos aos demais integrantes da organização criminosa. Segundo relato do homem preso, o local contava com a participação de 18 paraguaios, responsáveis pela produção, e ele, juntamente com os outros dois suspeitos atingidos no confronto, gerenciava a operação no galpão.
A PM constatou que as embalagens dos produtos exibiam logotipos falsificados. Além disso, toda a contabilidade encontrada foi registrada em castelhano, indicando conexão direta com o Paraguai. Estima-se que a fábrica tivesse uma capacidade de produção de cinco mil maços de cigarro por dia, caracterizando um significativo esquema de contrabando, que gerava elevados prejuízos ao país, tanto pela evasão fiscal quanto pelo risco à saúde pública.
As investigações apontaram que a produção era feita em condições insalubres e precárias, configurando trabalho análogo à escravidão.
A Polícia Federal (PF) foi acionada para realização dos procedimentos relativos aos crimes de contrabando, produção e comercialização ilegal de produtos, além das investigações sobre a suposta denúncia de trabalho análogo à escravidão. Além do flagrante do indivíduo preso durante a Operação, a PF fez perícia, contagem e apreensão de todo o material encontrado.
Outros produtos apreendidos
- 815 caixas (40.750 maços) de cigarros prontos para comercialização – totalizando 12,3 toneladas;
- 25 toneladas de tabaco in natura;
- 126 caixas de filtro para cigarro – totalizando 2,5 toneladas; e
- 12 torres de bobina de papel – pesando 12 toneladas.
Com Informações da Polícia Militar do Tocantins
Fotos: Felipe Cruz