Considerada uma das manifestações culturais e religiosas mais importantes do estado do Tocantins, a Romaria do Senhor do Bonfim une fé e tradição durante um período de 12 dias, quando romeiros caminham aproximadamente 24 quilômetros entre o município de Natividade e o povoado do Senhor do Bonfim. Neste ano, a programação acontece entre os dias 6 e 17 de agosto e reúne milhares de pessoas em busca de promessas, agradecimentos e conexão com o divino.
O calendário do evento inclui missas, novenas, caminhada, procissões e ainda oferece comidas típicas e expressões do artesanato local. Para apoiar os peregrinos, o estado providencia uma estrutura às margens da BR-010, a 12 quilômetros do santuário, que marca a metade do percurso. Nessa estrutura, são oferecidas água e alimentação, além de áreas para descanso. No ano passado, cerca de 100 mil pessoas participaram da romaria na região e a previsão é de que o número aumente na edição deste ano.
O superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Antônio Miranda, destacou a importância da Romaria do Senhor do Bonfim como um evento de relevância crucial para o estado. Segundo ele, a manifestação religiosa não apenas reforça os laços de fé, mas também se afirma como um pilar necessário no calendário cultural do Tocantins. “A Romaria é uma manifestação que faz parte da cultura religiosa do estado. É uma tradição secular, que reúne fiéis de todo o Tocantins e também de estados vizinhos”, explicou o historiador.
Onde tudo começou
A tradição da Romaria do Bonfim teve início no ano de 1750, a partir de uma imagem de Cristo Crucificado, encontrada por um vaqueiro em um tronco, na zona rural de Natividade, na região do povoado Bonfim. O sertanejo, então, levou a imagem para sua casa e no dia seguinte ela teria desaparecido misteriosamente, ressurgindo no mesmo lugar em que fora encontrada no dia anterior.
O retorno misterioso da imagem de Jesus Cristo Crucificado foi considerado um milagre por muitos. Em decorrência desse evento, a comunidade ergueu um santuário no local onde a imagem foi encontrada e construiu a primeira capela no povoado de Natividade, ainda na década de 50. A fé intensificada pela presença da imagem atraiu devotos de todas as regiões do Tocantins, o que levou à formação de um pequeno povoado nas proximidades, que até hoje mantém o nome de seu fundador: Bonfim.
Fonte: Secretaria de Cultura do Tocantins
Foto: Flaviana OX/Governo do Tocantins