O Brasil caiu da segunda para a terceira posição no ranking mundial de juros reais, após a manutenção da taxa básica em 10,5% ao ano, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central dessa quarta-feira, 31.
O juro real no Brasil está em 7,36% ao ano, valor inferior ao da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou.
Apesar da queda, o país segue distante da taxa média entre as 40 economias mais relevantes, que é de 0,67% ao ano.
A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,67%, considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente – utilizando o Contrato de Depósito Interbancário.
Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 1,75% ao ano e a China com 1,15%. Dez países possuem juro real negativo; entre eles, Japão (-1,88%) e Argentina (-34,83%).
Em termos nominais, o Brasil está na sexta colocação, abaixo de Turquia (50%), Argentina (40%), Rússia (16%), Colômbia (11,75%) e México (11%), considerando as 40 economias mais representativas.
De acordo com o portal, o movimento global de aperto monetário perdeu força. O contexto majoritário entre os bancos centrais é de manutenção das taxas, porém cortes ganharam força recentemente.
Entre 166 países, 80% mantiveram os juros, 5% elevaram e 15% cortaram as taxas recentemente.
Glossário
– Taxa básica de juros – A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
– Taxa real de juros – Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação.
– Taxa real ex-ante – Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo.
– Taxa real ex-post – Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e na inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado.
– Copom (Comitê de Política Monetária) – Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic.
– IPCA – Indicador medido pelo IBGE, que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica.
Fonte: Notícias ao Minuto