O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi recebido nessa quinta, 6, pelo papa Francisco, no Vaticano, onde tiveram um encontro privado no início da manhã, por volta das 8 horas, no horário local.
Em cerca de 25 minutos, o ministro expôs ao pontífice a ideia da criação de um imposto global sobre grandes fortunas, apresentada pelo Brasil em fevereiro, no âmbito da presidência rotativa do G20.
Haddad busca atrair apoio à iniciativa que prevê cobrar 2% sobre o patrimônio de cerca de 3.000 bilionários pelo mundo. Os recursos seriam destinados para ações de combate à fome e às mudanças climáticas.
Na audiência, como parte da tradição, Haddad presenteou Francisco com uma cuia e bomba para chimarrão, uma referência às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O papa acompanhou os acontecimentos e fez uma doação de 100 mil euros (cerca de R$574 mil).
Após o encontro, Haddad e sua comitiva embarcaram de volta para o Brasil.
Na viagem de três dias, Haddad participou como convidado de uma conferência sobre a crise da dívida no Sul Global, promovida pelo Vaticano e pelo think tank IPD (Initiative for Policy Dialogue), ligado à Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e teve reuniões bilaterais com os ministros Carlos Cuerpo (Espanha) e Giancarlo Giorgetti (Itália).
Em todas as ocasiões, defendeu a proposta de criação do imposto sobre bilionários. A ideia foi endossada por países como França, Espanha e Alemanha, mas foi recebida com ceticismo pela Itália e pelos Estados Unidos.
Nas redes sociais, o petista disse, nessa quarta, 5, que a proposta “implica numa cooperação global para além das relações bilaterais entre blocos e países”. A jornalistas, no dia anterior, Haddad afirmou esperar que o processo de adesão à proposta seja lento, mas que considera que a ideia “veio para ficar”.
“Esse processo vai decantando aos poucos. Não é simples, é uma novidade no mundo sem precedentes.”
Fonte: Notícias ao Minuto