Ministro do gabinete de guerra de Israel, o antigo general Benny Gantz disse que se demitiria daquele órgão criado na ressaca dos ataques do Hamas de 7 de outubro salvo se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovasse um plano pós-guerra para a Faixa de Gaza.
“O gabinete de guerra deve formular e aprovar, até 8 de junho, um plano de ação que conduza à realização de seis objetivos estratégicos de importância nacional ou seremos forçados a demitir-nos do governo”, disse Gantz, num plural em que dava a entender referir-se ao seu partido Unidade Nacional.
Benny Gantz, cuja imagem começa a ficar também desgastada pela sua participação no gabinete de guerra, explicitou os objetivos do plano: libertar os reféns; derrubar o Hamas, desmilitarizar a Faixa de Gaza e obter o controlo de segurança; criar um mecanismo internacional de governação civil para Gaza, que inclua elementos americanos, europeus, árabes e palestinianos, a base para uma futura alternativa que não seja o Hamas nem o presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas; dar condições para os habitantes do norte de Israel regressarem às suas casas até 1 de setembro e reabilitar o Neguev ocidental, fronteiriço a Gaza, e alvo do Hamas em 7 de outubro; avançar com a normalização com a Arábia Saudita como parte de um processo para criar uma aliança contra o Irão e os seus aliados; e, por fim, adotar um modelo para o serviço militar no qual todos os israelitas façam parte (até agora os ultraortodoxos e os árabes estavam isentos).
Dirigindo-se a Netanyahu, a quem chamou de “líder e de patriota”, apelou para o interesse nacional e disse: “Se escolher o caminho dos fanáticos e conduzir toda a nação para o abismo seremos forçados a abandonar o governo.”
O ultimato surge depois de o ministro da Defesa – e o terceiro membro do gabinete de guerra – ter dito que não permaneceria no seu posto se Israel decidisse reocupar Gaza, tendo igualmente apelado para o executivo traçar planos para o estabelecimento de uma administração palestiniana do enclave.
No início de abril, Gantz, preferido por 45% dos eleitores, havia pedido eleições antecipadas para setembro. O gabinete de Netanyahu acusou o político centrista de “emitir um ultimato ao primeiro-ministro em vez de emitir um ultimato ao Hamas”.
Fonte: dn.pt
Autor: cesar.avo@dn.pt