Com diversos rios já em níveis recordes por causa das chuvas dos últimos dias, o Rio Grande do Sul deve ter novos temporais neste fim de semana. A previsão é de que o volume de chuva supere os 150 milímetros em boa parte do estado.
🌧️ Segundo a Climatempo, as chuvas devem ficar mais intensas por dois fatores:
- Passagem de uma nova frente fria pela região; e
- Crescimento de uma área de baixa pressão no litoral gaúcho.
O resultado da atuação desses dois sistemas é um impacto entre o ar quente e úmido vindo do litoral e a massa de ar frio, o que ajuda a formar nuvens mais carregadas.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas devem ser mais intensas no centro-leste e nordeste do estado.
A região metropolitana de Porto Alegre também deve sofrer com os temporais. Domingo, 12, é o dia com maior volume previsto, com acumulados que podem superar os 80 milímetros. Com os temporais esperados para a região de bacias do Guaíba, há possibilidade de o nível voltar a superar os 5 metros.
De acordo com o meteorologista da Climatempo, Fábio Luengo, as bacias da região devem receber o maior volume de chuva, especialmente próximo ao Rio Caí e no Vale do Rio Taquari.
Alertas por causa dos temporais
Devido às inundações no estado, o Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao governo federal e que faz a comunicação de risco para a Defesa Civil, alerta para os possíveis riscos com as novas chuvas previstas.
⛈️O órgão divide os alertas de risco em dois tipos: geológicos – como deslizamentos de terra e desabamentos – e hidrológicos – como inundações, alagamentos de áreas rebaixadas e extravasamento de rios e canais.
👉 De acordo com o Cemaden, os principais alertas até a próxima segunda são:
Risco hidrológico
Possibilidade muito alta de novas enchentes nas mesorregiões centro-oriental e ocidental, nordeste, sudeste e sudoeste rio-grandense e região metropolitana de Porto Alegre.
Possibilidade de ocorrência de eventos hidrológicos em ao menos um município das mesorregiões indicadas (Foto: Cemaden).
A avaliação considera a previsão de altos acumulados de chuvas previstos para os próximos dias, que se somam à permanência das inundações, aos níveis elevados dos rios em diversos municípios e às condições de saturação do solo.
As bacias do rio Uruguai, do lago Guaíba e do rio Camaquã encontram-se em situação crítica e devem receber mais água dos rios da região que já estão com níveis acima da cota de transbordamento.
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Risco geológico
Há possibilidade alta de deslizamentos de terra na mesorregião nordeste do Rio Grande do Sul e na região metropolitana de Porto Alegre, principalmente na Serra Gaúcha.
Considerando o cenário de altos acumulados registrados na última semana e a previsão de novos temporais, o Cemaden avalia que há risco de queda de barreiras, especialmente na margem de estradas e rodovias.
Já o Inmet emitiu alguns alertas meteorológicos devido às fortes chuvas previstas para o estado.
🔶 O alerta mais intenso, de “perigo”, abrange a metade norte do Rio Grande do Sul, incluindo cidades como Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Santa Maria e Passo Fundo. Nesses locais, as chuvas podem superar os 100 milímetros por dia, com ventos intensos, de até 100 km/h.
🟡As demais regiões do estado estão sob o alerta de “perigo potencial” devido às chuvas intensas. Assim, são esperadas chuvas de até 50 milímetros por dia nesses locais, com ventos que não devem passar dos 60 km/h.
O centro-norte do Rio Grande do Sul deve ser a região mais afetada pelas chuvas nos próximos dias (Foto: Inmet)
Fim do bloqueio atmosférico
De acordo com os meteorologistas, a chuva no Rio Grande do Sul deve continuar forte até segunda-feira, 13.
Com o avanço de novas frentes frias na próxima semana, o bloqueio atmosférico que atua no Brasil deve se enfraquecer.
🌀O sistema é fundamental para manter as chuvas estacionadas no Sul. Localizado na Região do Centro-Sul do país, ele impede que as frentes frias avancem, concentrando as instabilidades no extremo sul do país.
Para quebrar esse bloqueio, Fábio Luengo explica que é necessária a atuação de frentes frias mais intensas e em sequência, o que deve acontecer até a partir da segunda quinzena do mês.
“O sistema deve enfraquecer por volta do dia 15, por conta de frentes frias mais fortes do que a que avançou nesta semana”, projeta.
A partir de segunda, está previsto o avanço de uma frente fria mais intensa sobre o Rio Grande do Sul. A massa de ar frio e seco deve causar uma queda significativa nas temperaturas da região.
Fonte: globo.com