O Rio Grande do Sul chegou nesta quinta-feira, 9 de maio, ao número de 100 pessoas mortas e, apesar no nível da água ter baixado, a Defesa Civil informou que há previsão de uma nova onda de frio e chuvas para as próximas horas.
Em meio a esse desastre ambiental com destruição e mortes no estado, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins segue na Operação Rio Grande do Sul com trabalho intenso. Os militares tocantinenses informaram que, na última terça-feira, 7, foram nove horas de trabalho, sem intervalo.
Focados nas buscas pelo corpo de uma vítima soterrada desde a semana passada, na zona rural de Bento Gonçalves, não houve tempo para almoço e descanso.
Segundo a corporação, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) possibilitou que parte da equipe viajasse em uma das aeronaves do governo. O comandante geral do CBMTO, coronel Peterson Queiroz de Ornelas, definiu oito bombeiros militares da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS), além de duas viaturas e dois jet-skis.
Na última terça-feira, 7, a primeira etapa das ações foi no Rio Pedrinho, a cerca de dois quilômetros abaixo da casa da vítima, numa região montanhosa nas proximidades do Distrito Faria Lemos.
A mulher, de 27 anos, estava com os pais idosos na residência, quando chovia intensamente e tudo veio abaixo. A água e a lama deixaram o local irreconhecível, levando os três e, também, um rapaz que ajudava a cavar uma vala para o escoamento da água que se acumulava no quintal.
Os corpos dos idosos foram encontrados no mesmo dia, a cerca de trezentos metros em um vale. Já o corpo do jovem foi encontrado a mais de mil metros de onde estava.
Nas buscas pelo corpo da mulher, nessa terça-feira, os bombeiros militares tocantinenses, com apoio de militares do 6° Batalhão de Comunicações do Exército Brasileiro, de bombeiros militares de Minas e do Rio de Janeiro, se concentraram numa região onde os cães sinalizaram possível odor.
O local está totalmente tomado por centenas de árvores arrastadas pela força da água, num amontoado em que os militares tiveram de usar motosserra, pás e enxadas, na tentativa de obter sucesso. Mas não deu certo e a decisão foi a de voltar ao endereço da casa da família, onde mais bombeiros se juntaram para a ação.
Os bombeiros informaram que o acesso é pela Rodovia BR-431, que ficou interditada; duas máquinas foram usadas para remover mais de 250 metros cúbicos de lama, que fazia os bombeiros militares afundarem até o joelho. Nem os cães escaparam das dificuldades, ficando, por muitas vezes, atolados no lamaçal. O odor era sentido por todos, inclusive pelos três irmãos que estavam por ali, acompanhando a ação das equipes.
Com a chegada da noite, as buscas foram interrompidas e os trabalhos foram retomados nesta quinta-feira, 9 de maio.
Com Informações do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins
Fotos: Luiz Henrique Machado/Ascom/Divulgação