o Instituto para o Estudo da Guerra, sediado nos Estados Unidos.
“Estamos a assistir a uma situação bastante crítica na frente leste da Ucrânia, especificamente em três áreas onde as forças russas estão atualmente a levar a cabo operações ofensivas de nível operacional. Na direção de Lyman, perto de Bakhmut, e depois de Avdiivka para oeste e sudoeste da cidade de Donetsk“, explica o analista Riley Bailey.
Este investigador refere que a Rússia está a fazer “ganhos tácticos marginais e graduais”, mas alerta que a situação pode agravar-se “muito rapidamente”, devido “à escassez de material de guerra” do lado ucraniano e aos “atrasos na assistência ocidental”.
As forças russas estão gradualmente a restaurar as manobras no campo de batalha e ameaçam fazer avanços operacionalmente significativos este verão durante uma operação ofensiva em grande escala.”, adverte, acrescentando que o ataque pode acontecer já na primavera ou no verão.
Tomada de Chasiv Yar ameaça defesas ucranianas
A atual operação ofensiva russa que está a decorrer na frente oriental da Ucrânia está muito centrada na conquista da cidade de Chasiv Yar, o que poderá ter um impacto operacional considerável.
“Se as forças russas tomarem Chasiv Yar, terão uma posição a partir da qual poderão lançar operações ofensivas subsequentes em Kostyantynivka e Druzhkivka. Estas são as principais cidades que formam a espinha dorsal da defesa ucraniana. E isso seria muito significativo“, salienta Bailey.
As tropas russas devrão continuar a forçar avanços durante a primavera.
“O êxito ou não dessas operações terá provavelmente algum impacto sobre o local onde as forças russas descerão e decidirão concentrar as suas operações ofensivas no verão.”, antecipa.
O investigador recorda que a Ucrânia alertou para a possibilidade de um ataque russo a Kharkiv e frisa que a Rússia está a formar um grupo de soldados que poderia conduzir essa operação.
Vitória russa é má notícia para a OTAN
Riley Bailey sublinha que o conflito tem o potencial de afetar a Aliança Atlântica, sobretudo em caso de triunfo das forças do Kremlin.
“Se [a guerra] terminar com uma vitória ucraniana, a Rússia tem muito menos opções para ameaçar a OTAN. Se terminar com uma vitória russa, haverá uma ameaça imediata à OTAN, desde o Mar Negro até à Finlândia.”, projeta.
Nesse cenário, adianta o investigador, a Rússia pode “forçar a OTAN a empenhar mais mão-de-obra, mais material e mais dinheiro” na defesa das suas fronteiras.
“Os responsáveis do Kremlin continuam a ameaçar os Estados Bálticos e continuam a ameaçar os Estados Bálticos de uma forma que faz lembrar as ameaças feitas à Ucrânia antes da última invasão em grande escala”.
Fonte: dn.pt