Rússia fora de conferência de paz marcada para junho

Evento é organizado pela Suíça, que espera envolver Moscou nas negociações.

A Suíça anunciou ontem que vai receber uma conferência de paz de alto nível para a Ucrânia em meados de junho, mas adiantou que o encontro não contará com a presença da Rússia. O evento realizar-se-á no resort Burgenstock, perto de Luzern, nos dias 15 e 16 de junho, e será encabeçado pela presidente suíça, Viola Amherd. “Este é o primeiro passo num processo rumo a uma paz duradoura”, disse a chefe de Estado helvética.

A Rússia não tardou em criticar esta conferência e Amherd reconheceu: “Não assinaremos um plano de paz nesta conferência”. Mas disse esperar que haja “uma segunda conferência”. “Esperamos iniciar o processo”, acrescentou.

Para Moscou, este evento faz parte de um esquema do Partido Democrata do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes das eleições presidenciais deste ano. “Os democratas americanos, que precisam de fotos e vídeos de eventos que supostamente indicam que o seu projeto Ucrânia ainda está em funcionamento, estão por trás disso”, criticou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

O Governo suíço, que espera envolver a Rússia em negociações posteriores, disse ontem em comunicado que “tomou nota dos resultados da fase exploratória da conferência de alto nível sobre a paz na Ucrânia”, tendo determinado que “atualmente existe apoio internacional suficiente para uma conferência de alto nível para lançar o processo de paz”.

Em janeiro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia falado de uma “cimeira” sem qualquer participação russa, mas a Suíça, tradicionalmente neutra, quer encontrar uma forma de trazer o Kremlin para as conversações e tem lutado para atrair a China e outras potências emergentes. No entanto, a Rússia, irritada com a decisão da Suíça de seguir a vizinha União Europeia na imposição de sanções, acusou o país de não poder mais ser considerado neutro.

Desde que decidiu sediar uma conferência, o Governo suíço disse que tem estado “em contacto direto com vários Estados para explorar opções para iniciar um processo de paz”, nomeadamente com os membros do G7, UE e representantes do Sul Global, incluindo China, Índia, África do Sul e Brasil. Notícias avançadas pelos media helvéticos dizem que Joe Biden estaria na lista.

Fonte: dn.pt

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