A empresa estatal russa de energia nuclear, Rosatom, acusou a Ucrânia de ter lançado este domingo uma série de ataques com drones contra a central nuclear de Zaporíjia, controlada pela Rússia.
A Rosatom reportou três feridos, um deles com gravidade. Tanto as autoridades russas como a Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas (AIEA) afirmaram que os níveis de radiação estavam normais e que os danos não eram graves. A AIEA deu conta de que um drone explodiu perto do edifício do reator n.º 6 e que uma pessoa morreu.
Os serviços secretos ucranianos negam qualquer envolvimento no ataque à central nuclear do sul da Ucrânia, a maior da Europa.
“A Ucrânia não está envolvida em qualquer tipo de provocações armadas no território da central nuclear de Zaporíjia, ilegalmente ocupada pela Rússia”, afirmou Andriy Yusov, porta-voz dos serviços de informação da Ucrânia, sugerindo que a Rússia pode ter simulado o ataque.
“Os ataques russos, incluindo os de imitação, no território da central nuclear ucraniana são, desde há muito, uma prática criminosa bem conhecida dos invasores”, acrescentou Yusov.
“Risco de acidente nuclear grave”
O diretor da (AIEA) alertou que incidentes como o de domingo podem levar a uma catástrofe nuclear.
“Estes ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um acidente nuclear grave e devem parar imediatamente”, declarou Rafael Mariano Grossi.
O diretor da AIEA acrescentou que se tratou do primeiro ataque deste tipo desde novembro de 2022.
A central nuclear tem seis reatores de conceção soviética, que contêm urânio-235. Existe também combustível nuclear usado na instalação.
Os reatores número um, dois, cinco e seis estão em paragem a frio, enquanto o reator número três está encerrado para reparação e o número quatro está na chamada “paragem a quente”, de acordo com a administração da central. O espaço continua a necessitar de energia e de pessoal qualificado para operar os sistemas de refrigeração cruciais e outros dispositivos de segurança.
A Ucrânia e a Rússia têm partilhado acusações de ataques à central, que se encontra próxima das linhas da frente.
Zelenskyy insiste em mais sistemas de defesa áerea
Este domingo o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy chamou mais uma vez a atenção para a necessidade urgente de proteger as cidades e as infraestruturas ucranianas dos ataques aéreos russos, que ultimamente têm estado especialmente ativos em Kharkiv e nas suas proximidades.
Zelensky reiterou o seu pedido de mais sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, congratulando-se com alguns progressos feitos nesta área na última reunião da OTAN.
O chefe de estado ucraniano dirigiu-se também aos embaixadores da plataforma UNITED24 para chamar a atenção do Congresso dos Estados Unidos:
“Se o Congresso não ajudar a Ucrânia, a Ucrânia perderá a guerra. Se a Ucrânia perder a guerra, outros Estados serão atacados”, afirmou o líder ucraniano.
No entanto, a posição dos EUA dependerá muito do resultado das eleições presidenciais.
Este domingo, o jornal norte-americano The Washington Post, citando elementos “familiarizados com o plano de Trump”, relata que o ex-presidente dos Estados Unidos poderá exercer pressão sobre Kiev para que ceda território à Rússia e, assim, “acabar com a guerra”.
Trump já disse várias vezes que poderia “acabar com a guerra em 24 horas”.
Fonte: Euronews.pt