Corpo de Ziraldo será velado no MAM

Cartunista e desenhista morreu aos 91 anos, na tarde desse sábado, 6, em casa, de causas naturais. Velório está marcado para as 10 horas deste domingo, 7. Sepultamento será à tarde.

O corpo do desenhista e escritor Ziraldo será velado às 10 horas deste domingo, 7, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), na Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, na zona sul. O sepultamento está marcado para as 16h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na zona sul.

A cerimônia estava marcada inicialmente para acontecer na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro, mas a família decidiu pela troca do local.

Criador de personagens como os de O Menino Maluquinho e Turma do Pererê, Ziraldo morreu aos 91 anos em casa, dormindo, de causas naturais. A informação foi confirmada pela família do desenhista na tarde de sábado, 6.

Ziraldo iniciou a carreira nos anos 1950, na revista Era uma vez… . Em 1954, passou a fazer uma página de humor no mesmo A Folha de Minas em que havia estreado.

Em 1957, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No mesmo ano, entrou para o time das revistas A Cigarra e, depois, O Cruzeiro. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo, sua namorada havia sete anos. Tiveram três filhos, Daniela, Fabrizia e Antônio.

Já na década seguinte, destacou-se por trabalhar também no Jornal do Brasil. Assim como na revista O Cruzeiro, publicou charges políticas e cartuns. São dessa época os personagens Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

No período, pôde enfim realizar um “sonho infantil”. Ele se tornou autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do gênero com um só autor, sobre a Turma do Pererê.

Os personagens eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja.

A revista deixou de ser publicada em 1964, a partir do início do regime militar. Cinco anos mais tarde, Ziraldo fundou, com outros humoristas, O Pasquim.

Com textos ácidos, ilustrações debochadas e personagens inesquecíveis, como o Graúna, os Fradins ou o Ubaldo, o semanário entrou na luta pela democracia.

Ao mesmo tempo em que combatiam a censura, Millôr, Henfil, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e Paulo Francis, dentre outros colaboradores do jornal, sofriam com ela.

Um dia depois do AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, Ziraldo foi detido em casa e levado para o Forte de Copacabana.

Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS. Em 1979, passou a se dedicar à literatura para crianças.

Seu maior sucesso, O Menino Maluquinho, saiu em 1980. Ziraldo é considerado um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro em todos os tempos.

Também chargista, caricaturista e jornalista, ele foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal O Pasquim, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, MG, onde passou a infância. Mais velho de uma família com sete irmãos, foi batizado a partir da combinação do nome da mãe (Zizinha) com o nome do pai (Geraldo). Leitor assíduo desde a infância, teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal A Folha de Minas.

Fonte: globo.com

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