A cidade de Port-au-Prince, capital do Haiti, foi palco de novos tiroteios na segunda-feira: a polícia local enfrentou durante horas membros de gangues que tentavam tomar o Palácio Nacional haitiano.
Pelo menos um polícial foi baleado depois de ser obrigado a fugir do local, juntamente com outros agentes, num carro blindado, que mais tarde foi incendiado.
A mais recente onda de violência no país insular das Caraíbas começou depois de o primeiro-ministro cessante anunciar que o alargado conselho de transição está quase completo, com praticamente todos os membros, e que este será fundamental para pôr termo à atual crise social e política e para abrir caminho a novas eleições.
Devido às trocas de tiros entre gangues e a polícia, dezenas de pessoas ficaram encurraladas durante várias horas nos edifícios das imediações. Um homem, que não quis revelar o nome por temer pela vida, disse à AP que ficou preso durante cinco horas até ser resgatado pelas autoridades.
“Ouvimos o tiroteio e tivemos de sair, não podíamos ficar. Saímos todos com as mãos no ar, nem sequer conseguíamos ver quem estava a disparar”, disse.
Os mais recentes tiroteios ocorrem mais de um mês depois de vários gangues começarem a atacar as principais infraestruturas do governo. Nos últimos ataques, os gangues incendiaram esquadras da polícia e o principal aeroporto internacional do Haiti, que permanece encerrado. Chegaram mesmo a invadir as duas maiores prisões do país, libertando mais de 4.000 detidos.
A ONU estima que o Haiti precisa de 4.000 a 5.000 agentes de polícia para combater a violência “catastrófica” dos gangues no país.
Fonte: euronews.pt