Milhares de pessoas saíram às ruas de Telaviv e de outras cidades israelitas naquele que foi descrito como o maior protesto antigovernamental desde o início da guerra.
Os manifestantes exigem a demissão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusando-o de seguir a estratégia errada e de sabotar as conversações sobre os reféns.
A outra questão levantada por alguns manifestantes é o fato de os judeus ultra-ortodoxos (“haredim”) estarem isentos do recrutamento militar.
Alguns grupos consideram que, em plena guerra, a medida não é justa, uma vez que os haredim representam 13% dos cidadãos israelitas e têm um poder político significativo.
Netanyahu declarou no último domingo que uma eleição antecipada “paralisará Israel” durante vários meses e suspenderá as negociações para a libertação dos reféns, acrescentando que “o primeiro a abençoá-la será o Hamas”.
Além disso, Netanyahu reiterou a sua determinação em avançar com uma operação terrestre em Rafah, a qual ainda não foi iniciada, apesar de já estar sendo discutida há várias semanas.
O primeiro-ministro israelita fez esta declaração pouco antes de ir para o hospital, onde foi submetido a uma operação de hérnia, que, segundo os médicos, foi concluída com sucesso.
Israel retira-se do Hospital al-Shifa
O exército israelita retirou-se do Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza, após um cerco de duas semanas, deixando para trás um rastro de destruição.
Fotografias mostram que o edifício principal de cirurgia do al-Shifa, que albergava a unidade de cuidados intensivos, e o edifício vizinho, onde se situavam os serviços de urgência, cirurgia geral e ortopedia, foram destruídos.
Segundo o comunicado do exército de Israel, as tropas “concluíram uma atividade operacional precisa no hospital de al-Shifa e abandonaram a zona”. Durante a incursão, dizem as forças israelitas, “evitaram causar danos a civis, doentes e equipes médicas”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 21 pacientes morreram desde que Israel iniciou o cerco ao hospital, em 18 de março.
Pelo menos quatro pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita ao pátio do Hospital Al-Aqsa, no centro de Gaza, adianta ainda a OMS.
Novo governo na Cisjordânia
Entretanto, na Cisjordânia, foi empossado no domingo um novo governo “tecnocrático”.
O novo primeiro-Ministro, Mohammad Mustafa, é visto como uma parte dos esforços da administração americana no âmbito da “solução dos dois Estados”.
A Casa Branca manifestou a esperança de que este novo governo seja também responsável pela reconstrução de Gaza após a guerra.
Fonte: euronews.pt