Uma série de ataques aéreos israelitas no sul do Líbano mataram 16 pessoas. O Hezbollah disparou mísseis em resposta aos bombardeamentos, matando pelo menos um israelita.
Os ataques culminaram no dia mais mortal dos últimos cinco meses de combates ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano.
Israel atacou vários centros pertencentes à Autoridade Sanitária Islâmica, ligada ao grupo xiita libanês, bem como alvos médicos estatais, como um hospital do exército libanês em Ain Ebel (sul) e um hospital público em Mays al-Jabal (sul).
Dois combatentes do Hezbollah também foram mortos, assim como um comandante local do Movimento Amal (Batalhão da Resistência Libanesa).
Dezenas de pessoas reuniram-se na quarta-feira no sul do Líbano para lembrar as vítimas dos bombardeamentos, sete deles eram paramédicos num centro de saúde em Hebbariye.
Uma pessoa foi morta, e outras duas ficaram feridas após o disparo de cerca de 30 mísseis, disparados do Líbano em direção ao norte de Israel. A maioria atingiu a cidade de Kiryat Shmona, perto da fronteira. O Hezbollah reivindicou responsabilidade pelo ataque.
Até agora os combates mataram nove civis e 11 soldados em Israel. Já no Líbano, morreram quase 240 combatentes do Hezbollah e cerca de 40 civis.
Também na quarta-feira, em Jerusalém, o primeiro-ministro israelita reuniu-se com uma delegação bipartidária do Congresso norte-americano.
“Toda a Faixa de Gaza a norte de Rafah, sabem, as pessoas desceram e podem voltar a subir. Mas ainda há 65% da Faixa de Gaza aberta e as pessoas simplesmente mudam-se, mudam-se com as suas tendas”, comentou Benjamin Netanyahu.
As forças israelitas atacaram outro campo de refugiados na província de Deir al-Balah em Gaza, fazendo pelo menos cinco mortos e vários feridos.
A agência de notícias palestiniana Wafa publicou um vídeo na quarta-feira onde é possível ver as cenas desesperantes no hospital de Al-Aqsa Martyrs, para onde foram transportados os feridos após os ataques.
De acordo com a Al Jazeera, pelo menos mais 76 pessoas foram mortas em ataques israelitas nas últimas 24 horas.
Apesar da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira exigindo um “cessar-fogo imediato” durante o Ramadã e a libertação de todos os reféns, investidas israelitas intensificaram-se em todo o enclave palestiniano.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, dois terços dos 36 hospitais de Gaza não funcionam atualmente, dois estão minimamente funcionais e dez estão parcialmente funcionais, quatro no norte e seis no sul.
Segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM), cerca de 70% da população do norte de Gaza está a enfrentar uma fome catastrófica.
A subnutrição entre as crianças tem atingido níveis alarmantes. Estima-se que uma em cada três crianças com menos de dois anos sofre de subnutrição aguda.
Os pais não comem durante dias para que consigam alimentar os filhos com a pouca comida que lhes resta.
O PAM tem estado a fornecer mantimentos para 1,45 milhão de pessoas em Gaza a cada mês. Distribui pacotes de alimentos prontos para consumo, refeições quentes, farinha de trigo e produtos especializados para evitar a subnutrição.
A maioria dos alimentos é distribuída em Rafah e Deir al-Balah, e muito pouca assistência chega às pessoas noutras partes do território.
O PAM tem pressionado Israel para abrir mais rotas seguras para entrar em Gaza, sobretudo no norte junto à fronteira, onde tem sido impedida a passagem desde 7 de outubro.
Fonte: euronews.pt