A história da Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso, construída entre 1998 e 2020, pelo então governador José Wilson Siqueira Campos, remonta-se ao início da construção de Palmas, pois era um dos muitos sonhos do criador do Tocantins e fundador da capital.
Até a sua construção, a travessia sobre o rio era feita por meio de balsas e o trajeto era demorado, caro e perigoso.
“De posse de um projeto arrojado de uma ponte de 8 km de extensão, meu pai me chamou para irmos a Brasília e a outros estados e até fora do Brasil, em busca de investimentos e parcerias, para a execução daquela obra milionária – para muitos, obra faraônica, e para outros, utopia – e falamos com muita gente. Fomos muito humilhados, pois todos sabiam que a maior ponte do Brasil era a ponte Rio-Niterói, de 13 km, e construir uma ponte de 8 km numa cidade como Palmas e num estado como o Tocantins era algo mais do que visionário. O velho Siqueira foi até chamado de Odorico Paraguaçu, um personagem ficcional cômico criado pelo dramaturgo brasileiro Dias Gomes e vivido pelo ator Paulo Gracindo, candidato a prefeito da cidade fictícia de Sucupira, que se elegeu com a promessa de construir o cemitério da cidade”, conta Eduardo Siqueira Campos.
Depois de tanto esforço, muita luta e grande determinação de Siqueira Campos, foi inaugurada, no dia 27 de setembro de 2002, sobre o belíssimo Lago de Palmas, a tão sonhada obra, ligando a capital do Tocantins ao município de Paraíso. Construída com 100% de recursos estaduais, a ponte deixou todos pasmos.
No dia da inauguração, veio prestigiar a solenidade o então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, na época correligionário de Siqueira Campos no PSDB. Para homenagear o amigo, o então governador batizou a obra como Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso.
Eduardo Fortes homenageia Siqueira Campos
Agora, 21 anos depois, a Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso, um dos principais cartões-postais de Palmas, exuberante e imponente, por onde circulam, diariamente, milhares de motoristas, que chegam e saem de Palmas, também utilizada por praticantes de ciclismo e adeptos da caminhada, graças ao deputado Eduardo Fortes (PSD) transferirá a homenagem feita a FHC para Siqueira Campos, o idealizador e construtor da obra, que faleceu no dia 4 de julho do ano passado. Assim, sua nova denominação passa a ser Ponte Governador José Wilson Siqueira Campos.
Decreto executivo nulo
O projeto de lei, de autoria do deputado Eduardo Fortes (PSD), foi aprovado na sessão plenária desta quarta-feira, 13. Em sua justificativa, Fortes destacou que o ex-governador Siqueira Campos foi indiscutivelmente um dos maiores líderes políticos do Tocantins, deixando um legado inestimável. “Siqueira Campos foi um líder exemplar, pioneiro e visionário, o incansável defensor dos interesses do povo tocantinense”, destacou.
“Nesse sentido, atendemos todos os dispositivos atribuídos pela Lei 821, de 1996, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras, estabelecimentos, serviços e monumentos públicos e dá outras providências”, afirmou Fortes.
Outro argumento do deputado é que o nome original da ponte não possui uma denominação atribuída por lei, pois obedece a um decreto executivo, que se tornou nulo, através de sentença judicial transitada em julgado.
Comenda
O ex-governador também teve mais uma homenagem aprovada, desta vez proposta pelo deputado Eduardo Mantoan (PSDB), no Projeto de Resolução que institui a Comenda Grã-Cruz Governador Siqueira Campos.
De acordo com o Projeto, a homenagem busca “preservar a imagem, a memória e a marcante personalidade do homem público com vida laboriosa do excelentíssimo senhor governador do estado do Tocantins, o desbravador do cerrado. A data de entrega da comenda deverá ser a da sessão solene realizada anualmente no mês de outubro.
Foto: Roberto Carlos