Museu histórico do Tocantins guarda histórias centenárias do estado; conheça também a estrutura do Palacinho

Grande parte da história do Tocantins está documentada e guardada no Museu Histórico do Tocantins, localizado no Palacinho, antiga sede do governo do estado. Um grande acervo de livros de escritores tocantinenses, objetos e fotos estão expostos naquele local.

Luciana Moreira Carneiro, historiadora e guia turística do Museu Histórico do Tocantins, localizado no Palacinho, mostrou para a reportagem do portal Rede Jovem News, durante a nossa visita àquele local, toda a história do estado do Tocantins, desde os seus primórdios, datados de 1809, 1921, 1945, 1965 e diversas outras datas do século passado, até a criação do estado, em 5 de outubro de 1988, com a divisão territorial do estado de Goiás.

Até ser oficialmente criado, o estado do Tocantins tem, em sua história, milhares de capítulos, retratando muitos caminhos e envolvendo diversos personagens e instituições, além de muita luta, bravura, determinação, greve de fome e até assassinato – como a do ouvidor Joaquim Theotônio Segurado, aos 56 anos, em 14 de outubro de 1831, na Vila de Palma, hoje Paranã, no sudeste do Tocantins – e prisão, como a de Siqueira Campos, por tropas federais, em Colinas de Goiás, devido à sua luta pela divisão do estado de Goiás.

O Museu Histórico do Tocantins está localizado na Avenida NS 10, Quadra 112 Norte, Lote 9, Plano Diretor Norte, Centro, Palmas, TO, no Palacinho (antiga sede do governo do estado do Tocantins, desde que a capital fora transferida de Miracema do Tocantins para Palmas, em 1º de janeiro de 1990 até a inauguração do Palácio Araguaia – obra idealizada por Siqueira Campos e projetada pelos arquitetos Maria Luci da Costa e Ernani Vilela, construída em tempo recorde, de 13 meses, e inaugurada em 9 de março de 1991).

O Palacinho foi uma obra inspirada no Catetinho, de Brasília, DF – primeira residência oficial do presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, durante a construção do novo Distrito Federal. O projeto temporário foi desenvolvido durante dez dias (entre 22 e 31 de outubro de 1956), para que a equipe do presidente e diretores da Novacap, empresa responsável por gerenciar e coordenar a construção da nova capital, pudessem realizar suas reuniões enquanto Brasília estava em obras.

Estrutura do Palacinho e do Museu

O Palacinho, antiga sede do governo do Tocantins, foi tombado como patrimônio cultural pelo governo do estado do Tocantins pela Lei nº 431, de 28 de julho de 1992, e transformado em museu em 18 de março de 2002.

Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas e abriga, em sua estrutura interna, o acervo histórico do Tocantins:

  1. Antiga Secretaria de Comunicação do Estado (Secom);
  2. Antiga sala de recepção;
  3. Hall das bandeiras e de exposição dos painéis da história cronológica do Tocantins;
  4. Acervo pessoal de Siqueira Campos (algumas coisas já trazidas do Instituto Siqueira Campos);
  5. Antiga sala de reuniões;
  6. Antiga sala do gabinete de Siqueira Campos;
  7. Antiga sala do gabinete de Darcy Coelho (primeiro-vice-governador);
  8. Antiga sala da Casa Civil;
  9. Antiga sala da Casa Militar;
  10. Antiga sala do Diário Oficial do Estado;
  11. Antiga sala de vídeo;
  12. Sala de exposição da Boneca Indígena Ritxoco;
  13. Cocar;
  14. Sala da administração do prédio (atual);
  15. Sala da reserva técnica;
  16. Anexo onde funciona a Biblioteca Histórica do Estado;
  17. Capelinha (primeira igreja cristã em solo palmense).

 

Gestão do Palacinho

O Palacinho e o Museu Histórico que ele abriga pertencem ao estado do Tocantins e estão vinculados à Secretaria de Cultura do estado, que atualmente tem como titular o jornalista Sebastião Pinheiro.

A gestão é exercida pela Associação Amigos do Museu Palacinho – Instituto Palacinho, atualmente dirigido pelo Dr. Raimundo Parrião Júnior, advogado, cujo principal apoiador é o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) José Wagner Praxedes, idealizador desse projeto e sócio fundador.

O trabalho administrativo e de atendimento é exercido pelos servidores Iolete Pimentel (monitora), Luciana Moreira Carneiro (historiadora), Nina Beatriz (assessora de comunicação), Rosireide Soares (assistente de ensino) e Vitor Henrique (monitor), vinculados às secretarias de Cultura, de Educação e de Comunicação do estado, todos cedidos pela Secult, a partir de Acordo de Cooperação firmado com o Instituto Palacinho.

Anexo ao Palacinho

Com um investimento de R$1.830,265,39 – fundo cultural e recursos próprios – está sendo construído um novo pavilhão, anexo ao Palacinho, para abrigar o acervo do Museu, incentivar a realização de atividades culturais diversas e também para abrigar o acervo histórico de José Wilson Siqueira Campos, criador do estado do Tocantins e fundador da capital Palmas, falecido em 4 de julho de 2023.

Amigos do Palacinho

A Associação Amigos do Museu Palacinho – Instituto Palacinho, entidade que tem por objetivo a preservação do Museu Palacinho, bem como qualquer outro equipamento cultural e/ou histórico relacionado com a criação do estado do Tocantins, ajuda na gestão daquela instituição, surgiu informalmente em 2019, é composta de 37 membros, sendo 32 sócios fundadores e 5 sócios efetivos. Em 21.01.2020, realizou a primeira Assembleia Geral de Fundação, com a presença de 32 sócios fundadores. A inscrição cadastral junto à Receita Federal data de 24.01.2020. Todas as atividades administrativas da associação funcionam no Palacinho, com vistas a acompanhamento assíduo das atividades de atendimento aos visitantes, manutenção e preservação do acervo cultural e histórico, bem como manutenção dos prédios e da área no seu entorno.

Sua diretoria atual é formada pelos seguintes membros:

  • Diretor Administrativo: Raimundo Costa Parrião Júnior;
  • Diretora Financeira: Kevilly Layara Santos Amaral;
  • Presidente do Conselho de Administração: Eloísa Teresa Marques Resende;
  • Presidente do Conselho Fiscal: Ana Peres de Souza.

 

“A associação exerce um papel importante no processo de gestão, garantindo a manutenção e preservação do patrimônio histórico. A parceria entre a associação, o poder público e entidades privadas (apoiadores e patrocinadores) possibilita mais agilidade e melhoria dos processos de trabalho. Essa união de esforços produziu resultados que impactaram positivamente na promoção do Museu Histórico, na inserção do Museu na rota do turismo e, consequentemente, na geração de emprego e renda, movimentando a economia do estado.

“O trabalho da associação rendeu a ela, em 2022, o selo de premiação da 35ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan”, informou Aida Amaral, assessora do Instituto.

A associação não tem caráter contributivo dos seus associados e se mantém com o apoio de parceiros, como a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), doações de voluntários e colaboração decorrente de Acordos de Cooperação.

O trabalho administrativo e de atendimento ao público relacionado ao Museu é exercido por servidores do Poder Executivo do estado, contratados e/ou cedidos. Já o trabalho da associação é exercido por seus sócios voluntários.

A eleição para composição da mesa diretora da Associação Amigos do Museu Palacinho – Instituto Palacinho é feita a cada três anos em assembleia geral, seguindo as disposições do estatuto. O mandato da diretoria atual vai de 03.01.2023 a 22.01.2026.

Embora José Wagner Praxedes seja protagonista de todo esse movimento e trabalho voltado para a preservação do Museu Histórico do Tocantins – Museu Palacinho, ele não exerce cargo na diretoria. Foi dele a iniciativa de reunir os amigos dispostos a contribuir com a causa e são dele as maiores e mais importantes contribuições em torno da sustentabilidade e do dinamismo das atividades da associação.

Bandeiras

No hall das bandeiras e da exposição dos painéis da cronologia da história do estado está, no momento, a exposição das bandeiras de 83 municípios tocantinenses, uma vez que 56 municípios ainda não enviaram suas flâmulas oficiais; são eles:

  1. Almas
  2. Aragominas
  3. Aurora
  4. Axixá do Tocantins
  5. Babaçulândia
  6. Bandeirantes do Tocantins
  7. Brasilândia
  8. Brejinho de Nazaré
  9. Cachoeirinha
  10. Cariri
  11. Centenário
  12. Combinado
  13. Conceição do Tocantins
  14. Crixás do Tocantins
  15. Darcinópolis
  16. Divinópolis do Tocantins
  17. Dois Irmãos
  18. Dueré do Tocantins
  19. Esperantina
  20. Fortaleza do Tabocão
  21. Itapiratins
  22. Itaporã
  23. Jaú do Tocantins
  24. Lagoa da Confusão
  25. Lagoa do Tocantins
  26. Lavandeira
  27. Luzinópolis
  28. Mateiros
  29. Monte do Carmo
  30. Muricilândia
  31. Nazaré do Tocantins
  32. Nova Rosalândia
  33. Novo Alegre
  34. Novo Jardim
  35. Oliveira de Fátima
  36. Palmeirante
  37. Palmeiras
  38. Pau D’Arco
  39. Pequizeiro do Tocantins
  40. Porto Alegre do Tocantins
  41. Praia Norte
  42. Presidente Kennedy
  43. Rio da Conceição
  44. Santa Maria
  45. Santa Rosa
  46. Santa Tereza
  47. Santa Terezinha
  48. São Félix
  49. São Miguel
  50. São Salvador
  51. São Sebastião do Tocantins
  52. São Valério
  53. Silvanópolis
  54. Sítio Novo
  55. Sucupira
  56. Tupiratins

 

Colaboraram com esta mátéria: Maria Tereza Rocha, Luciana Moreira Carneiro, Ninah Beatriz e Aida Maria do Amaral

Fotos: Luciana Moreira Carneiro e Flávio Clark

 

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