Ao decidir sobre a construção de uma cidade nova para ser a capital do recém-criado estado do Tocantins, depois de tantas lutas e preocupações, o criador do estado e fundador da capital, José Wilson Siqueira Campos, tinha a missão de escolher o seu nome.
A mente visionária, o amor por esse chão e a inteligência política o direcionaram para um nome que homenagearia não só a história centenária da criação do Tocantins – iniciada pelo ouvidor da Coroa Portuguesa Joaquim Theotônio Segurado, em 1821, na vila denominada São João da Palma (hoje Paranã, no sudeste do estado) – , mas também todo o território tocantinense, que possui uma grande variedade de palmeiras. Assim surgiu o nome Palmas, com a letra s adicionada ao final da palavra Palma – uma homenagem à antiga vila e às palmeiras do Tocantins.
No Brasil, existem cerca de 500 espécies nativas de palmeiras; uma imensa variedade delas pode ser encontrada em todo o território tocantinense, como açaí, babaçu, buriti, butiá capitata (conhecido como coco-cabeçudo e coquinho azedo), catolé (também chamado de guariroba do cerrado, camargo e pati), coco da Bahia (ou coco da praia, coco do Brasil), jerivá, macaúba, piaçava, pupunha, tucum e muitas outras catalogadas pelo Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr).
A cidade de Palmas, cujo nome homenageia também as palmáceas, tem em seu território uma extensa área verde; essas áreas, que incluem ruas, avenidas e até mesmo quintais das casas, são ricas em palmeiras nativas e ornamentais.
Boa parte das palmeiras que embelezam a capital, como as palmeiras imperiais das avenidas JK, Teotônio Segurado, LO-01 e várias outras, foi plantada na gestão do então prefeito Eduardo Siqueira Campos (1993-1996).
As palmeiras são plantas que produzem uma extensa lista de produtos e subprodutos, fazem parte da cadeia alimentar do povo brasileiro e têm utilização em construções rudimentares em fazendas e aldeias indígenas.
Os povos originários usam as palhas das palmeiras para cobrir suas ocas e também como vestimentas e material para fazer artesanatos. Os sertanejos (camponeses) e fazendeiros usam as palhas das folhas dos coqueiros para cobrir ranchos, paióis, tulhas, abrigos para galinhas, cavalos e gado. Em tempo de festas juninas, as quadrilhas fazem diversos tipos de construções, usando cobertura de palhas de coqueiros.
São muitos os produtos que têm como base as palmeiras: cocos, água de coco, castanhas, cera, cosméticos, doces, farinha, fibras, óleo, tâmaras, palmito, sabão, sagu, dentre outros.
No Tocantins, a Lei n° 9.159/2008 Babaçu Livre está em vigor há 15 anos e teve como principal incentivadora e mobilizadora a Dona Raimunda Quebradeira de Coco, referência nacional, e até internacional, entre as quebradeiras de coco do Norte do Brasil e organizações não-governamentais.
Fontes: SiBBr, Horto das Palmeiras, Guia de Palmas, Junio Batista e Biografia Política e Empresarial do Tocantins
Fotos: Flávio Clark
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