Rússia critica “agressão descarada” dos EUA, Washington defende ataques proporcionais

A Rússia convocou Conselho de Segurança das Nações Unidas para condenar bombardeamentos americanos na Síria e Iraque como uma "agressão descarada" que agrava "o nível de instabilidade numa região já inflamada". Estados Unidos defendem que ataques foram "necessários e proporcionais", em "autodefesa".

A Rússia condenou os bombardeamentos levados a cabo pelos Estados Unidos contra milícias pró-iranianas na Síria e no Iraque durante o último fim de semana.

Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que convocou para debater este tema, Moscou considerou que os raides aéreos norte-americanos apenas escalam o conflito e representam uma ameaça à paz no Médio Oriente.

“Condenamos fortemente esta nova e descarada agressão por parte dos Estados Unidos contra um estado soberano, criando mais riscos e aumentando o nível de instabilidade numa região que já está inflamada”, afirmou Vassily Nebenzia, representante permanente da Rússia nas Nações Unidas.

Na resposta, Washington acusou Moscovo de ter convocado o Conselho de Segurança “sob o falso pretexto de que os Estados Unidos não têm base para responder aos ataques que mataram militares americanos”.

“Importa repetir que as ações das forças americanas no dia 2 de fevereiro são necessárias e proporcionais, alinhadas com o direito internacional e no exercício do direito inerente dos Estados Unidos à autodefesa”, salientou Robert A. Wood, representante permanente adjunto dos Estados Unidos nas Nações Unidas.

EUA planeiam continuar ataques

Na noite de domingo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, declarou que Washington planeia continuar a retaliar contra grupos apoiados pelo Irão no Iraque e na Síria.

Apesar dos ataques no Médio Oriente, a Casa Branca garante também que não pretende agravar a conflito Israel-Hamas, frisando que altos funcionários norte-americanos estão envolvidos em conversações de paz e empenhados na libertação dos reféns israelitas detidos pelo Hamas.

No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, iniciou mais uma digressão pelo Médio Oriente – a quinta desde 7 de outubro – num esforço diplomático centrado sobretudo na procura de  soluções para a governação de Gaza após o eventual fim do conflito.

Na segunda-feira, Blinken esteve na Arábia Saudita para se reunir  com o príncipe Mohammed bin Salman e com o seu homólogo, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita Faisal bin Farhan Al Saud. O secretário de Estado norte-americano tem ainda visitas agendadas para esta semana ao Egito, Qatar, Israel e Cisjordânia.

Fonte: euronews.pt

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