Esse é o meio-campo ágil, participativo, vibrante, que Dorival Júnior deixou como herança para Tiago Carpini.
Com velocidade, marcação forte, compactação, modernidade, para que Lucas e Luciano possam abrir as defesas adversárias, com a cumplicidade dos laterais Igor Vinicius (ou Rafinha) e Guilherme, e Calleri concluir, deixando ainda espaço para o versátil, hábil, veloz e artilheiro Galoppo e para Ferreirinha mostrar a que veio, tão valorizado, do Grêmio.
Ou seja, Carpini está muito bem servido, para a maneira competitiva e intensa, como enxerga futebol, o que o fez ser vice-campeão paulista com o Água Santa e classificar o Juventude para a Série A, no segundo semestre do ano passado.
Dentro deste quadro não há espaço para um atleta que exija privilégios no meio-campo, que não participe pela luta pela bola e só se preocupe em exibir sua técnica, com lançamentos, chutes da intermediária ao gol, que se contente em bater faltas próximas à área, assim como acontecia com Dorival.
Por isso, o midiático James Rodríguez está se tornando um caso sério no Morumbi. Ele foi contratado com todo orgulho pelo presidente Julio Casares, sem perguntar a ninguém se ele serviria ou não. O colombiano não é visto como titular por Tiago Carpini. E isso era absolutamente inesperado pelo atleta de 32 anos.
Ele acreditava que seus problemas haviam acabado com a ida de Dorival Júnior para a Seleção Brasileira.
Carpini, porém, é ainda mais exigente com seus jogadores no meio-campo do que era o ex-técnico são-paulino.
Há dez anos, James Rodríguez fez uma excepcional Copa do Mundo pela Colômbia. Desde então, sua carreira entrou numa descendente. Ele, que surgiu muito bem no Porto e atuou de forma empolgante em Mônaco, foi enorme desilusão no Real Madrid. Pior ainda no Bayern, no Everton. Mostrou-se desinteressado no Al-Rayyan, do Catar, e no Olympiacos, da Grécia.
Chegou ao São Paulo com enorme empolgação de Casares e da torcida. No entanto, nas 14 partidas que entrou em campo, marcou um gol apenas, deu três assistências e virou ‘reserva de luxo’ em 2023. Esperava ser titular este ano, mas percebeu que a situação tem tudo para se repetir, ou até piorar, com Carpini. Ele está insatisfeito.
Apesar de ter treinado e não estar contundido, não foi nem inscrito no Paulista.
O colombiano tem mercado no exterior; afinal seu nome ainda é muito forte.
A diretoria, principalmente Casares, tenta contornar a situação, mas está difícil.
Carpini, como Dorival, não irá prejudicar a competitividade do São Paulo para agradar James Rodríguez.
A situação caminha para um impasse.
Não há certeza da permanência do jogador midiático…
Fonte: Cosme Rímoli do R7