Em 2024, os políticos vão travar verdadeiras “guerras cibernéticas” através das redes sociais. Duas grandes ferramentas são o WhatsApp e o Instagram. Numa pequena análise, é possível ver claramente qual dessas duas é a melhor ferramenta para uso como instrumento de marketing político nestas eleições.
WhatsApp ou Instagram? Qual está na frente? Veja a lista das principais redes em atividade no Brasil e entenda quais são mais relevantes para a sua estratégia digital.
Confira as dez redes sociais mais usadas no Brasil em 2023 (os números representam milhões de usuários)
- WhatsApp (169);
- YouTube (142);
- Instagram (113);
- Facebook (109);
- TikTok (82);
- Linkedin (63);
- Messenger (62);
- Kwai (48);
- Pinterest (28); e
- Twitter (24).
A pesquisa feita pela We Are Social e Meltwater aponta que 93,4% dos usuários de internet brasileiros, de 16 a 64 anos, usam o WhatsApp, o que equivale a 169 milhões de usuários. A agência Statista, por sua vez, aponta que o número é de 147 milhões de usuários, enquanto a Forbes cita um número próximo ao da We Are Social e Meltwater: 165 milhões.
O número mais recente, do fim de 2022, indica que os brasileiros passam, em média, 3 horas e 46 minutos por dia conectados às redes sociais – com tendência a aumentar.
Em termos de aplicativos, em setembro de 2016, entrou no cenário o TikTok, que conquistou de vez celebridades, jovens e marcas no país, hoje na 5ª posição no ranking das dez maiores redes sociais no Brasil.
Pela primeira vez, surge na lista, um app que ainda está fora do radar de muita gente: o Kwai.
Os números apresentados aparecem no relatório de fevereiro de 2023, produzido em parceria por We Are Social e Meltwater. Segundo a pesquisa, o WhatsApp é a rede social de mensagens instantâneas mais popular entre os brasileiros: praticamente, todas as pessoas que têm um smartphone (ou iPhone) também têm o WhatsApp instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até os “carinhosos” apelidos de zap ou zapzap.
Pela base de cálculos usada pela We Are Social e Meltwater, o WhatsApp passou a ser a rede social mais usada no Brasil como um todo, em 2023.
Muitos negócios vivem e sobrevivem do app verdinho! Você certamente já conversou com uma empresa, uma instituição ou algum profissional pelo Whats. Hoje, sem esse aplicativo, muitos negócios deixariam de ser efetivados ou quebrariam.
WhatsApp X Instagram nas eleições
Observam-se os números entre um e outro aplicativo:
- perfis dos usuários;
- tipos e formatos de mídias;
- tempo que as postagens ficam à disposição para a visualização dos usuários (no Instagram, Stories, Feed e Hells têm suas peculiaridades; nos Stories, por exemplo, as postagens desaparecem em 24 horas, enquanto os posts com fotos e vídeos que você compartilha com seguidores no Feed ficam expostos na grade do seu perfil sem prazo para expirar);
- facilidade de acesso a conteúdos;
- facilidade de compartilhamento;
- comunicação em tempo real em grupos de pessoas variadas, amigos e familiares;
- linhas de transmissão;
- armazenamento no celular (o Instagram sem conexão com a internet não abre os conteúdos, enquanto o WhatsApp – se os conteúdos estiverem na memória do aparelho – abre tudo, com ou sem internet);
- facilidade na produção e no compartilhamento de conteúdos (áudios, músicas, fotos, PDFs, vídeos e até imagens e gráficos);
- engajamento e interação das pessoas em tempo real.
Além disso, a diferença no número de usuários do WhatsApp para o Instagram é de 56 milhões. No Instagram, o engajamento é feito pelo número de seguidores, muitos orgânicos, mas tem também os “monetizados”, ou seja, adquiridos, os quais não representam a realidade em quantitativo de seguidores; são considerados fakes, o que para o político não serve para nada.
Embora o Instagram já seja hoje tão popular quanto WhatsApp, ele não é tão imprescindível. Vários estudos mostram que o WhatApp é de longe o app preferido dos brasileiros. Ele foi parte fundamental da vida digital em 2023, servindo tanto para fins pessoais quanto profissionais.
Portanto, em 2024, nas eleições, o WhatsApp será, disparado, a principal ferramenta das redes sociais, como uma das plataformas de aplicação e “espalhamento” de elementos do marketing político digital dos candidatos.
Outro aspecto que precisa ser analisado é o perfil do eleitorado que gosta mais do Instagram. Devido às limitações do Instagram, o tipo de perfil do usuário determina seu acesso aos recursos do app disponíveis no Hootsuite (sistema norte-americano especializado em gestão de marcas na mídia social, criado em 28 de novembro de 2008 por Ryan Holmes, na cidade de Vancouver, no Canadá).
Os perfis de negócios obtêm acesso total, incluindo pós-engajamento, publicação direta e análises. No entanto, perfis pessoais e de criadores têm acesso limitado aos recursos da plataforma no Hootsuite.
O público do Instagram é mais jovem, conhecidamente um público bastante desconectado do mundo político. Assim, os conteúdos publicados nesta rede social, na maioria das vezes, caem num vazio e não surtem nenhum efeito; é perda de tempo, porque quem realmente tem mais responsabilidade social e se interessa por política passa distante do Instagram; boa parte nem tem isso, e outra parte nem sabe o que é isso. Então, politicamente, o WhatsApp e outras redes sociais dão um banho de audiência no tal “Insta”.
Nas eleições de 2022, um candidato a deputado federal em Palmas tinha 105 mil seguidores no seu Instagram no 02 de outubro. Quando se abriram as urnas, ele tinha apenas 2.169 votos (0,26%). Outra candidata a deputada estadual tinha no seu Instagram 118 mil seguidores; ela teve míseros 411 votos.
Os marqueteiros, articuladores, cientistas e estrategistas políticos mais experientes recomendam aos candidatos que se orientem melhor em relação ao trabalho e uso das redes sociais, enquanto os mais jovens e menos tarimbados em estratégias e inteligência política ainda estão “invocados” com o Instagram para fazer campanha política digital.
Fontes: Hootsuite, Meta e Resultados Digitais | Fotoarte: Flávio Clark