Emmanuel Macron prometeu uma “França mais forte” durante uma conferência de imprensa de duas horas, numa altura em que o Rally Nacional, de extrema-direita, cresce nas sondagens.
O presidente francês fez questão de mostrar que a sua liderança está firmemente centrada na lei e na ordem, na migração e na educação.
A série de reformas de Macron começaria com um projeto de lei econômica destinado a impulsionar o crescimento e a redução de impostos para a classe média.
Mas também defendeu a regulação do tempo de tela das crianças, uniformes nas escolas públicas e a aprendizagem do hino nacional desde tenra idade.
O centrista de 46 anos prometeu “audácia, ação, eficiência” nos últimos três anos da sua presidência, já marcada pela controvérsia.
A França vai continuar a ser a França
O discurso de Macron foi visto pelos observadores como parte de uma tentativa de reforçar o seu legado e desafiar o domínio do Rally Nacional de extrema-direita de Marine Le Pen, antes das eleições europeias.
O Presidente da República está tentando ultrapassar as polêmicas alterações às pensões de reforma do ano passado e as recentes leis de imigração, que, segundo alguns, mostraram que Macron estava cedendo à extrema-direita.
Macron denunciou o Rally Nacional como “o partido das mentiras” perante os jornalistas.
Ele alertou para a “zona de perigo”, uma vez que os eleitores europeus estão escolher cada vez mais a extrema-direita.
“Basicamente, o Rally Nacional tornou-se o partido da raiva fácil”, acrescentou. “Não vamos nos habituar a isso”.
Macron prometeu que os seus planos são para que “a França continue a ser a França”.
Temos de abordar as questões que “fazem com que as pessoas votem neles”, disse, incluindo o combate ao desemprego e um melhor controle da imigração.
Os eleitores com rendimentos médios-baixos foram os alvos do seu discurso, que também prometeu impulsionar as empresas através da redução da burocracia.
O candidato explicou ainda como irá preservar o sistema de saúde francês, que se encontra em dificuldades, e acelerar as mudanças nas escolas. Defendeu a adoção de uniformes nas escolas públicas, a aprendizagem do hino nacional desde tenra idade e a expansão de um período de formação de duas semanas nas escolas secundárias para promover os valores franceses e encorajar os jovens a contribuirem para a comunidade.
Sem maioria no parlamento, Macron sugeriu que muitas das mudanças poderiam ser implementadas sem a aprovação de novas leis.
A França na cena mundial
“Ainda tenho três anos e meio de mandato”, disse Macron, descrevendo a sua ambição de mudar a vida cotidiana dos franceses e enfrentar as crises mundiais.
Prometeu tornar a França “mais forte” para enfrentar as crises mundiais, anunciando planos para enviar mais mísseis de cruzeiro de longo alcance e bombas para a Ucrânia.
Macron também propôs uma iniciativa conjunta com o Qatar para mediar um acordo entre Israel e o Hamas que permita a entrega de medicamentos a cerca de 45 dos mais de 100 reféns israelitas mantidos em cativeiro em Gaza.
O líder francês também sugeriu que encontraria formas de trabalhar com Donald Trump, caso este ganhe outra presidência.
Fonte: euronews.pt