Descendente da etnia Potiguará, do Pará, Paiakan Carvalho, nascido em 30 de abril de 1961, morre aos 62 anos em Palmas, na última segunda-feira, 8, no HGP, após ter sofrido um acidente grave na madrugada de 3 de janeiro na BR-153, onde trafegava sozinho, vindo de Conceição do Araguaia, local em que teria ido para levar um membro da sua igreja, de nome Daniel.
O indígena residia no distrito de Luzimangues, município de Porto Nacional, era evangélico, membro da igreja Congregação Cristã no Brasil, e deixa esposa, filhos e netos. Paiakan ficou internado cinco dias, vindo a falecer na madrugada dessa segunda-feira, não resistindo aos ferimentos (duas perfurações no pulmão e duas costelas quebradas) provocados pela colisão com outro veículo.
Nas eleições de 2022, Paiakan pretendia disputar uma cadeira de deputado federal na Câmara dos Deputados, porém no dia da convenção do seu partido, o PSC, declinou da candidatura para concorrer a deputado estadual, apoiando Wanderlei Barbosa para governador, Professora Dorinha para senadora e Osires Damaso para deputado federal, alcançando apenas 90 votos (devido à mudança de candidatura).
O indígena era pioneiro de Palmas, líder político de várias tribos, com grande amizade e penetração nas etnias apinajé, avá-canoeiro (cara-preta), crahô, crahô-canela, javaé (hini), karajá, pancararu, xambioá e xerente.
As nove etnias existentes no Tocantins lamentam a morte de um dos seus principais líderes políticos, que defendia bravamente as causas dos povos originários e estava sempre disposto a servir a comunidade, tanto no Luzimangues como nas igrejas e nas aldeias. Era um homem simples, porém de uma grande inteligência e espírito empreendedor. Sua partida deixa uma lacuna dentre aqueles tocantinenses que defendem os povos indígenas. Paiakan foi sepultado em Palmas nessa terça-feira, 9, no Cemitério Jardim da Paz.
Colaboração: Ananias Barbosa de Souza e Jefferson do Luzimangues | Fotos: Flávio Clark
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