Após prejuízos nas lavouras e morte de animais, Tocantins decreta situação de emergência devida à estiagem prolongada

O decreto que estabelece situação de emergência foi assinado na tarde dessa terça-feira, 9, e terá validade de 180 dias.

Os impactos causados pela seca prolongada no Tocantins vêm preocupando os produtores rurais. O sul do estado é a região mais castigada com o baixo volume de chuvas, afetando as lavouras e a criação de animais.

Esse cenário preocupante, com prejuízos nas plantações e até morte de animais por falta de água, motivou o governador Wanderlei Barbosa a assinar, nessa terça-feira, 9, em seu gabinete no Palácio Araguaia José Wilson Siqueira Campos um decreto, declarando situação de emergência devido à estiagem prolongada no estado.

Embasada na Constituição Estadual e em leis federais, a medida visa reduzir os impactos causados pela seca e atender prontamente os produtores rurais prejudicados pelas condições climáticas adversas ocorridas em 2023.

Durante o ato, o governador ressaltou a importância dessa ação para minimizar os efeitos das situações de anormalidade e promover a reabilitação do cenário do setor produtivo tocantinense. “Todo o setor produtivo do Tocantins e do Brasil sofreu muito com a estiagem provocada pelo El Niño, principalmente nos meses de novembro e dezembro de 2023, dando um prejuízo de aproximadamente 30% da produção. Então, nós estamos efetivando esse decreto para amparar e para dar suporte aos impactados no estado”, destacou.

O documento pontua que o baixo índice pluviométrico registrado durante o último trimestre do ano de 2023 teve um impacto significativo na produção agropecuária do estado. A falta de chuvas comprometeu a rebrota das pastagens, afetando diretamente a atividade pecuária e a disponibilidade de forragem para o gado. Além disso, o período de estiagem comprometeu a semeadura de grãos, inviabilizando o cumprimento da janela de plantio no Tocantins, conforme estabelecido pela Portaria SDA/MAPA n° 840, de 7 de julho de 2023.

De acordo com a meteorologista Roberta Araújo, a previsão para os próximos quatro meses não é nada animadora: “O estado ainda sofrerá com os impactos do El Niño pelo menos até meados de maio. Sobre as chuvas, não tem como prever por enquanto. É preciso que os produtores rurais monitorem a previsão nos próximos dias”.

O secretário de estado da Agricultura e Pecuária, Jaime Café, afirmou que as medidas decretadas servem tanto para o planejamento de fornecimento de água no estado como também possibilita criar melhores condições de negociação com bancos, sem o impacto de endividamento dos agricultores: “O governador, sensível à situação, decreta medidas para melhorar a condição do estado. Isso permitirá à Agência Tocantinense de Saneamento planejar melhor o fornecimento de água. Além disso, possibilitará aos municípios e bancos criarem condições favoráveis para que os produtores renegociem sem impactar seu endividamento. O objetivo é garantir que a próxima safra não seja prejudicada, considerando uma estimativa de queda de produtividade de 30% a 40%. O suporte do nosso governador Wanderlei Barbosa é crucial nesse momento especial”.

Segundo o governo do estado, o decreto já está em vigor e, inicialmente, terá vigência de 180 dias, podendo ser prorrogado. O documento autoriza a mobilização da Defesa Civil do Tocantins para prestar apoio aos municípios afetados.

Fotos: Defesa Civil de Talismã e Esequias Araújo

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