Quebradeiras de babaçu do TO melhoram produção com funcionamento de entreposto, revela Agência Brasil

A coordenadora da Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio afirmou que espera que as trabalhadoras contem com políticas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para poder vender o produto para as escolas da região e transformar esse alimento regional em merenda para as crianças.

A Agência Brasil revelou, nesse 1º de janeiro, que pelo menos 500 mulheres quebradeiras do coco babaçu, em 25 núcleos, que vivem na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins, começam a utilizar, a partir deste mês, um entreposto na cidade de São Miguel do Tocantins, TO. Símbolo de reorganização, o local de armazenamento visa beneficiar os produtos do babaçu, frutos da agricultura familiar.

No local, conforme a Agência Brasil, o mesocarpo do fruto é triturado e transformado em farinha. As trabalhadoras levam o coco também para transformar em óleo e azeite. O produto é produzido e vendido em comércios, como vendas e feiras, pelas próprias trabalhadoras.

Certificação
Os produtos recebem o rótulo da Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio, entidade a que se vinculam. As trabalhadoras dividem o lucro desses produtos. “Quebro coco o dia todinho. Torro, tiro o azeite, faço o sabão. O entreposto melhora nossa vida. Além de processar nosso produto, empacotar, embalar, comercializar, fornecer nossa renda familiar”, afirma a coordenadora da associação, a agricultora Maria do Socorro Teixeira Lima, de 72 anos, moradora do município de Praia Norte, TO.


Coordenadora da Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio, Maria do Socorro  (Foto: Ingrid Barros/Agência Brasil)

Ela espera que as trabalhadoras contem com políticas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para poder vender o produto para as escolas da região e transformar esse alimento regional em merenda para as crianças. “Esse é o nosso sonho. Nosso entreposto vai ser muito importante para isso.”

Recursos
Para o entreposto funcionar, houve investimentos de entidades como Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA), DGM Brasil, Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins (Apa/TO), Fundo Amazônia, Banco Mundial, Climate Investment Funds (CIF) e CERES Projeto Cerrado Resiliente. A revitalização do espaço e a compra de maquinário tiveram um investimento de mais de R$250 mil.

“Ao terem acesso a um local regularizado junto à vigilância sanitária, elas não apenas garantem a qualidade e segurança dos produtos, mas também abrem portas para novos mercados”, explicou Selma Yuki Ishii, diretora da Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO).

Para a quebradeira de coco Rozeny Batista Alexandre, de 46 anos, de Axixá do Tocantins, TO, o entreposto foi um sonho concretizado porque passa a receber maior aval para comércio. “Foi com o coco que a gente criou e formou nossos filhos. Trabalhamos para colocar uma alimentação saudável na mesa.”

Com Informações da Agência Brasil

Fotos: Ingrid Barros/Agência Brasil/Divulgação 

Notícias Relacionadas
Continue Lendo
Rede Jovem News