As forças israelitas responderam com disparos de artilharia e ataques aéreos ao lançamento de foguetes do sul do Líbano para o norte de Israel no mesmo dia em que o embaixador do Estado hebraico nas Nações Unidas ameaçou entrar em guerra total com o Hezbollah caso o grupo terrorista continue os ataques.
A milícia xiita teria sido responsável por lançamentos de dezenas de foguetes, mísseis e drones do Líbano em direção a Israel, dois dos quais atravessaram o território israelita e causaram danos materiais na cidade de Kiryat Shmona. Em resposta, o exército israelita “atingiu as fontes do fogo”, disseram os militares israelitas. “Foi atingida uma célula terrorista do Hezbollah responsável pelo lançamento de mísseis antitanque na área de Aitaroun e um lançador de mísseis utilizado para lançar mísseis na área de Bar’am, no norte de Israel”, disse Telavive em comunicado.
Mais tarde, o porta-voz das forças israelitas disse que Israel efetuou nos últimos dois dias “ataques generalizados com caças, tanques e artilharia” contra posições do Hezbollah no sul do Líbano, onde o Hezbollah “já não é o mesmo de 6 de outubro e nunca mais voltará a ser o mesmo”, assegurou Daniel Hagari.
No Conselho de Segurança da ONU, o diplomata israelita Gilad Erdan exigiu o fim dos ataques a partir do território libanês contra Israel. “Cinquenta mil civis israelitas foram deslocados ao longo da fronteira norte devido aos ataques apoiados pelo Irã a partir do Líbano. Estes ataques são violações flagrantes da soberania de Israel, do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança”, afirmou. “Israel vai defender-se. Já avisei este Conselho inúmeras vezes”, lembrou, tendo ameaçado levar a guerra até o Líbano.
Biden e Netanyahu em tensão
A relação entre Joe Biden e Benjamin Netanyahu mantém-se tensa, segundo fontes norte-americanas e israelitas, que relataram à Axios o último telefonema entre ambos, no fim de semana passado. A querela relaciona-se aos impostos que Telavive coleta para a Autoridade Palestina, mas que ficaram retidos desde os ataques terroristas de 7 de outubro.
A decisão do governo israelita, tomada pelo ministro das Finanças Bezalel Smotrich, de extrema-direita, deixou o executivo palestino em crise financeira. O dinheiro dos impostos é canalizado em parte para a Faixa de Gaza e Smotrich tem não só rejeitado transferir o dinheiro, mas também ameaçado demitir-se do governo, apesar de os serviços de segurança terem avisado do risco para a estabilidade da Cisjordânia. Foi sobre este tema que Biden e Netanyahu teriam divergido.
O presidente dos EUA pediu para o primeiro-ministro de Israel aceitar uma proposta segundo a qual o dinheiro arrecadado pelos impostos seria transferido para a Noruega e, depois, para a Autoridade Palestina, ao que Netanyahu disse não confiar nos noruegueses e que os palestinos deverão aceitar uma transferência parcial de fundos, sem o valor que seria atribuído para Gaza. A troca de argumentos teria acabado com Biden dizendo que espera que Netanyahu resolva o assunto. “Esta conversa acabou”, teria dito antes de desligar a chamada.
Fonte: dn.pt por cesar.avo@dn.pt
