Janela para acordo encolhe e Hamas ameaça reféns

Ala armada do grupo integrista palestino garante que, se as suas exigências não forem atendidas, todos aqueles que ainda mantém sequestrados na Faixa de Gaza estão condenados a morrer.

A ameaça foi feita na televisão palestina pelo porta-voz da ala armada do Hamas, Abu Obeida: “Nem o inimigo fascista e a sua liderança arrogante, nem os seus apoiadores, poderão levar os seus prisioneiros com vida sem uma troca e negociação e sem que sejam atendidas as exigências da resistência”. A advertência das Brigadas Ezzedine al-Qassam coincidiu com o alerta do primeiro-ministro do Qatar, segundo o qual os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza estão “encolhendo a janela” para um novo cessar-fogo que permita nova libertação de reféns.

De acordo com o xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, os esforços para um acordo entre as partes em conflito prosseguem: “Estamos empenhados em obter a libertação dos reféns, mas também em acabar com a guerra”, afirmou o líder do Qatar no Fórum de Doha. Mas, segundo a AFP, teria acrescentado: “Não estamos vendo a mesma boa vontade por parte dos dois lados”.

A trégua de uma semana, que chegou ao fim no dia 1 de dezembro, permitiu a libertação de 105 dos 242 reféns levados pelo Hamas na sequência do ataque surpresa de 7 de outubro em que morreram 1.200 pessoas em Israel, segundo as autoridades de Telavive. Em troca, Israel libertou 240 prisioneiros palestinos que voltaram a Gaza, onde os ataques israelitas já causaram quase 18 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Perante o fracasso dos apelos internacionais a um cessar-fogo, materializados no veto dos EUA na sexta-feira à noite a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para apelar ao fim imediato das hostilidades em Gaza, Obeida garantiu não restar ao Hamas outra opção a não ser lutar.

“Não temos escolha senão combater esse ocupante bárbaro em todos os bairros, ruas e becos”, disse o porta-voz. “O holocausto do inimigo visa quebrar a força da nossa resistência (…), mas estamos travando uma batalha sagrada na nossa terra”, acrescentou.

Nesse domingo, o Exército Israelita prosseguia a batalha contra os militantes do Hamas na Faixa de Gaza e intensificou os ataques aéreos no estreito território de 10 km por 40 km, forçando centenas de milhares dos seus 2,3 milhões de habitantes a se aglomerarem em áreas cada vez mais pequenas. Os EUA aprovaram “urgentemente” a venda a Israel de 14 mil obuses para os tanques Merkava, utilizados na ofensiva contra o Hamas. Este denunciou “ataques muito violentos” contra a cidade de Khan Yunis, no sul, e a estrada que liga a cidade a Rafah, na fronteira com o Egito.

Segundo ambos os lados, os combates concentram-se principalmente na região de Khan Yunis, em Jabaliya e na cidade de Gaza.

Numa entrevista à CNN, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken defendeu que cabe ao Governo Israelita decidir a duração da ofensiva contra o Hamas, lamentando que a promessa de proteger os civis na Faixa de Gaza nem sempre seja cumprida.

Responsáveis norte-americanos disseram nesta semana à CNN que esperam que a atual fase da invasão terrestre de Gaza dure várias semanas antes da transição, possivelmente em janeiro, para uma estratégia hiperlocalizada e de menor intensidade que vise de perto militantes e líderes do Hamas.

Fonte: dn.pt

 

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