A esposa do presidente ucraniano, Olena Zelenska, alertou que se a ajuda financeira ocidental terminar, os ucranianos vão enfrentar um “perigo mortal”, segundo um excerto de uma entrevista divulgada neste sábado pelo canal britânico BBC.
“Se o mundo se cansar, simplesmente vão deixar-nos morrendo”, afirmou Olena Zelenska, após os republicanos no Senado dos Estados Unidos terem bloqueado um pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares (55 nilhões de euros) à Ucrânia.
A mulher do Presidente Volodymyr Zelensky concedeu uma entrevista ao canal de televisão britânico, que será divulgada na íntegra no domingo.
“Realmente precisamos de ajuda. Em palavras simples, não podemos cansar-nos desta situação, porque se o fizermos, morreremos”, disse a mulher de Zelensky.
“Dói-nos muito ver sinais de que a vontade apaixonada de ajudar pode desaparecer”, lamentou a primeira-dama ucraniana, acrescentando que para Kiev é uma “questão de vida [ou morte]”.
A entrevista foi gravada depois de os republicanos terem bloqueado na quarta-feira a aprovação no Senado norte-americano de um projeto orçamental de cerca de 105 bilhões de dólares (cerca de 97,5 bilhões de euros), que incluía apoios à Ucrânia e a Israel.
O veto republicano ameaça deixar Kiev sem armas suficientes para continuar a defender-se contra a Rússia, segundo os especialistas.
Já neste sábado, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a guerra na Ucrânia pode durar até 2025 e assegurou que continuará a ser dado apoio àquele país e que este poderá mesmo vir a aumentar.
“Esta guerra, provavelmente, não terminará tão cedo quanto gostaríamos”, assinalou Scholz, durante um discurso no Congresso do Partido Social Democrata, que começou sexta-feira, em Berlim.
Assim, o governante disse que é necessário continuar a apoiar a Ucrânia “neste ano, no próximo e no seguinte”.
Apesar de admitir que esta ajuda representa “um grande desafio financeiro” para o país, comprometeu-se a continuar a apoiar a Ucrânia na defesa contra a Rússia, com meios financeiros e armas.
Scholz lembrou que a Alemanha é o segundo país que mais contribui para o apoio à Ucrânia, atrás dos Estados Unidos.
“Se outros estados vacilarem, a nossa contribuição poderá ter que ser ainda maior”, frisou.
A coligação dos sociais-democratas, verdes e liberais, liderada por Scholz, depara-se com uma crise orçamental, depois de uma decisão do Tribunal Constitucional, que gerou um buraco de 17 bilhões de euros no Orçamento para 2024.
Contudo, Scholz assegurou que o apoio à Ucrânia não vai sofrer cortes.
Fonte: dn.pt





