Opresidente dos Estados Unidos advertiu esta quarta-feira o Congresso de que o desbloqueio de fundos para a Ucrânia “não pode esperar mais”, perante democratas e republicanos incapazes de chegar a acordo sobre um novo pacote de ajuda a Kiev. “Acho impressionante que tenhamos chegado a este ponto”, afirmou Joe Biden, acrescentando que os líderes do Congresso estão “dispostos a dar a Putin o maior presente que ele poderia esperar e a abandonar a nossa liderança global”.
“Quem está preparado para deixar de responsabilizar Putin? Quem está preparado para fazer isso?”, continuou a questionar Joe Biden, garantindo que os Estados Unidos estão empenhados em prosseguir o seu apoio à Ucrânia e avisando que se Putin conquistar este país “não irá parar por aí”.
Enquanto Joe Biden discursava na Casa Branca, o Departamento de Estado confirmava que os Estados Unidos fornecerão um novo pacote de ajuda militar a Kiev no valor de cerca de 162 milhões de euros, ajuda que não está relacionada com o pacote parado no Congresso – será fornecido através da autoridade presidencial de retirada presidencial, que permite retirar armas dos suprimentos existentes nos EUA para garantir que cheguem rapidamente às linhas de frente.
“Os meios fornecidos no pacote de hoje incluem munições de defesa antiaérea, mais munições para os sistemas de lançamento rockets de artilharia de alta mobilidade, munições de artilharia, mísseis antirradiação de alta velocidade, mísseis antiblindados, munições para armas ligeiras, munições de demolição para remoção de obstáculos, equipamento para proteger infraestruturas nacionais essenciais e peças sobressalentes, equipamento auxiliar, serviços, treino e transportes”, especificou o Departamento de Estado norte-americano.
Já o chefe da diplomacia dos EUA defendeu, no mesmo comunicado, que “até que a Rússia ponha fim a esta guerra, cessando os seus ataques brutais e retirando as suas forças da Ucrânia, é fundamental que os Estados Unidos continuem a liderar a coligação que construímos, constituída por mais de 50 países que apoiam firmemente a Ucrânia”.
“A Rússia só espera uma coisa: que a unidade do mundo livre se desfaça no próximo ano. A Rússia pensa que a América e a Europa darão provas de fraqueza e não manterão o seu apoio à Ucrânia ao nível apropriado”, prosseguiu Antony Blinken, recordando que “a menos que o Congresso aja no sentido de aprovar o pedido de financiamento suplementar do Presidente para a segurança nacional, este será um dos últimos pacotes de assistência em matéria de segurança que o país poderá prestar à Ucrânia”.
Zelensky agradece ajuda
Uma ajuda que foi bem recebida por Volodymyr Zelensky. “Sou grato ao presidente Joe Biden, ao Congresso e ao povo americano pelo novo pacote de ajuda militar anunciado hoje. Munições adicionais para defesa aérea, HIMARS e artilharia são muito necessárias nas linhas de frente. O apoio contínuo permite uma defesa robusta da liberdade”, escreveu o presidente ucraniano na rede social X. De recordar que o presidente ucraniano deveria ter-se dirigido na terça-feira aos membros do Congresso dos Estados Unidos por videoconferência, mas cancelou o discurso à última hora sem apresentar qualquer justificação.
Esta quarta-feira, numa videoconferência com os dirigentes do G7, Volodymyr Zelensky afirmou que Vladimir Putin está a contar com “o colapso” do apoio ocidental à Ucrânia e admitiu que o Exército russo “aumentou a pressão de forma significativa” na frente de batalha.
Fonte: dn.pt