As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) estavam ontem envolvidas no “dia mais intenso” de combates com o Hamas desde o início da incursão terrestre, a 27 de outubro. “Sessenta dias depois do início da guerra, as nossas forças têm cercada a área de Khan Younis no sul da Faixa de Gaza”, disse o chefe de Estado-Maior, Herzi Halevi. “Assumimos o controlo de vários redutos do Hamas no norte da Faixa de Gaza e agora estamos a agir contra os seus redutos no sul”, acrescentou, citado pelo jornal Haaretz.
“Estamos no dia mais intenso desde o início da operação terrestre”, indicou, num comunicado, o comandante para a região sul, general Yaron Finkelman. “Estamos no coração de Jabalia, no coração de Shuja”iyya e agora também no coração de Khan Younis”, acrescentou, falando no maior campo de refugiados no norte do enclave palestiniano e também a uma zona a leste da cidade de Gaza.
Do lado do Hamas, as brigadas Al-Qassam anunciavam ter destruído ou danificado 24 veículos militares israelitas só em Khan Younis, além de os seus atiradores terem morto ou ferido oito soldados israelitas. Oficialmente, Israel confirmou contudo apenas duas mortes no dia de ontem, num total de 77 desde o início da ofensiva terrestre.
De acordo com as autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, as forças israelitas já mataram pelo menos 16 248 pessoas, incluindo 7112 crianças, desde o ataque surpresa do grupo terrorista palestiniano a 7 de outubro – que causou a morte a pelo menos 1200 pessoas em Israel, segundo as autoridades israelitas. Ontem, um só bombardeamento israelita em Deir el-Balah terá causado a morte a 45 pessoas, segundo indicou à Reuters um responsável de um hospital desta zona, a norte de Khan Younis.
Israel acredita que os líderes do Hamas estão escondidos na rede de túneis da região, depois de terem assumido o controlo de praticamente toda a zona norte do território antes da pausa de sete dias para a troca de reféns – dos cerca de 240 que foram levados para Gaza a 7 de outubro, 138 ainda estarão nas mãos do Hamas.
Na segunda-feira, o jornal Wall Street Journal falava de um plano de Israel de inundar os túneis com água do mar, estando já a ser preparadas as bombas necessárias para tal. Halevi disse ontem que era uma “boa ideia”. O chefe de Estado-Maior disse que os soldados estão a encontrar “muitas infraestruturas subterrâneas em Gaza”, como esperado e que “parte do objetivo é destrui-las. “Temos várias formas. Não vou falar de planos específicos, mas incluem explosivos para destruir e outras formas de prevenir os operativos do Hamas de usar os túneis para fazer mal aos nossos soldados”, indicou.
A Autoridade Palestiniana avisa que, tal plano, levaria ao colapso das infraestruturas acima do solo, incluindo edifícios residenciais, e à “deterioração da situação humanitária” e a um “desastre de saúde pública” devido à mistura da água salgada com a água doce e com as águas residuais. O Egito já usou esta tática para lidar, em 2015, com os túneis usados pelos contrabandistas sob a fronteira de Rafah.
Com agências. Lusa e DN.pt