Casa Branca avisa que está quase sem dinheiro para ajudar a Ucrânia

Alerta de Washington surge por ainda não ter sido aprovado mais financiamento no Congresso. Rússia abre mais duas frentes de combate em Avdiivka.

A Casa Branca avisou nessa segunda-feira que ficará sem dinheiro para apoiar a Ucrânia até ao final do ano, caso o Congresso dos EUA não aprove um novo pacote de ajuda. Numa carta aos líderes da Câmara dos Representantes e do Senado, a diretora do departamento de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Shalanda D. Young, alertou que a falta desse apoio irá “agredir a Ucrânia no campo de batalha, não só colocando em risco os ganhos que obteve, mas aumentando a probabilidade de vitórias militares russas”.

O alerta da Administração de Joe Biden surge numa altura em que vários republicanos, à entrada do ano eleitoral, estão cada vez mais reticentes em apoiar Kiev numa guerra que se pode arrastar durante anos. As sondagens mostram que um número cada vez maior de eleitores acredita que os EUA estão fazendo demasiado para ajudar a Ucrânia, com o ocidente a temer que o presidente russo, Vladimir Putin, se aproveite das circunstâncias.

Até o momento, o Congresso já autorizou apoio no valor de 111  bilhões de dólares para a Ucrânia – na realidade quase 60% ficaram nos EUA, ajudando a indústria de armamento – ,  tendo a Casa Branca pedido em outubro mais 61,4 bilhões. Em novembro, o Departamento de Defesa já tinha usado 97% dos 62,3 bilhões que recebeu e o Departamento do Estado tinha usado a totalidade dos 4,7 bilhões em assistência militar. Os cerca de 27,2 bilhões em ajuda econômica também já foram usados, tal como os 10 bilhões em assistência humanitária.

“Não existe nenhum pote mágico de financiamento disponível para enfrentar este momento. Estamos sem dinheiro e quase sem tempo”, escreveu a responsável. “Este não é um problema do próximo ano. A hora de ajudar uma Ucrânia democrática a lutar contra a agressão russa é agora. É hora de o Congresso agir”, concluiu, lembrando na carta que a ajuda norte-americana é do interesse da segurança nacional. “Evita conflitos maiores na região, que poderiam envolver a OTAN e colocar as forças dos EUA em perigo, e dissuade agressões futuras, tornando-nos todos mais seguros”, referiu.

O alerta surge numa altura em que, segundo Kiev, as forças de Moscou abriram duas novas frentes de combate para tentar conquistar Avdiivka, na Região de Donetsk. A cidade industrial, cujo controle os russos procuram há dois meses, está quase cercada. “A atual terceira onda de ataques inimigos difere das duas anteriores porque abriu condicionalmente duas novas direções”, disse Vitaliy Barabash, chefe da administração militar da cidade, citado pela AFP. “O lançamento de novas direções prova que o inimigo recebeu uma ordem para capturar a cidade a qualquer custo.”

Com agências, por DN.pt

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