Por onde andam os livros?

O mercado tradicional de literatura despencou a partir do final dos anos 90, com a chegada da alta tecnologia da era digital, que revolucionou a produção de todas as formas de conteúdos de informações e as formas de entregá-los ao público, principalmente as embalagens.

No final da década de 90 e nos dez primeiros anos dos anos 2000, Palmas tinha mais de 20 livrarias e distribuidoras de literatura, além de várias bancas de jornais e revistas, vendedores de livros por catálogo, bem como colportores (colportagem é a distribuição de publicações, livros e panfletos religiosos por pessoas chamadas colportores. O termo não se refere, necessariamente, a livros religiosos. Na França, colporteur tinha, originalmente, o sentido de mascate, ou seja, vendedor que transportava suas mercadorias).

Hoje, o número de livrarias na cidade não passa de cinco. Onde foram parar os livros, os escritores e as editoras?

Os livros digitais, os chamados ebooks, entraram no mercado, provocando a redução drástica do consumo de livros de papel. O mesmo aconteceu com as listas telefônicas tradicionais, jornais e revistas impressos, que foram totalmente banidos por plataformas, aplicativos digitais, portais e sites da rede mundial de computadores.

Escritores, poetas e produtores de conteúdos literários também tiveram que migrar para os sites, blogs e outras formas e formatos de publicações, adequando-se à nova realidade e às tendências do mercado.

A era digital e cibernética provocou uma fuga em massa para os aparelhos eletrônicos portáteis e estáticos, como celulares, tablets, notebooks e computadores; com isso, os livros, que durante milênios foram as principais fontes de informações, busca de conhecimentos, cultura, armazenamento da história dos povos, do mundo, das civilizações, ficaram relegados a espaços esquecidos em caixas, baús, estantes velhas e bibliotecas públicas, frequentadas por poucas pessoas. A glamourização dos livros, apresentados em encadernações de luxo, impressos em papel nobre, com fotos e imagens coloridas, insiste em resistir ao novo conceito dessa geração enfeitiçada pela modernidade cruel, imposta como uma ditadura chamada alta tecnologia.

Eventos literários como os salões de livros, feiras de livros e bienais de livros ainda respiram lúgubres em alguns pontos do Brasil. Mas, felizmente, ainda há os admiradores e apaixonados pelos livros tradicionais impressos em papel. Esses consumidores não deixam a história e a tecnologia sepultarem, definitivamente, os bilhões de páginas carregadas de gotas de ouro, que, fertilmente, engravidaram as mentes dos grandes mestres de sabedoria, conhecimento e adubaram as raízes da inteligência dos homens e mulheres mais sábios da terra.

Um público que também ainda permanece fiel são os religiosos, principalmente os cristãos, que, mesmo tendo seus hinários e Bíblias em formato digital ao alcance dos dedos, preferem a forma tradicional de leitura, isto é, ler os textos impressos no papel. Até quando não se sabe, mas a paixão e o amor pelas páginas seguem firmes, mantendo a Bíblia Sagrada isolada em 1º lugar no ranking dos livros e produtos mais vendidos no mundo.

Fotos: Flávio Clark

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