Macron avisa que destruição do Hamas pode significar dez anos de guerra

O chefe de estado francês apelou para que "seja dada a Israel a certeza de que a sua segurança foi restaurada, respondendo ao mesmo tempo às legítimas aspirações dos palestinos, alcançando o objetivo político que é a promessa de dois estados".

O Presidente da França, Emmanuel Macron, avisou neste sábado a Israel sobre a necessidade de clarificar o objetivo da “destruição total do Hamas”, pois tal pode traduzir-se em “dez anos” de guerra, e apelou para “esforços redobrados para um cessar-fogo duradouro”.

Emmanuel Macron manifestou o receio de uma “guerra sem fim” entre Israel e o movimento islamita Hamas, em Gaza. Além da “preocupação” com o fim da trégua dos últimos dias, o chefe de estado deixou conselhos e advertências a Israel.

“A resposta certa ao terrorismo não é um bombardeamento sistemático e permanente, não é arrasar um território inteiro ou bombardear todas as capacidades civis”, realçou.

Apesar de reconhecer que está em causa a “segurança duradoura” de Israel, isso não pode ser garantido se for “à custa de vidas palestinas e, portanto, do ressentimento de toda a opinião pública da região”.

Neste sentido, apelou para “esforços redobrados para alcançar um cessar-fogo duradouro, para assegurar a libertação de todos os reféns ainda detidos pelo Hamas e para fornecer à população de Gaza a ajuda de que necessita urgentemente”.

O chefe de estado francês apelou ainda para que “seja dada a Israel a certeza de que a sua segurança foi restaurada, respondendo ao mesmo tempo às legítimas aspirações dos palestinos, alcançando o objetivo político que é a promessa de dois estados”.

“Quando se tem uma abordagem de segurança em que o desespero político alimenta todos os ressentimentos, não se está construindo a nossa própria segurança a longo prazo”, alertou Macron, sublinhando o “direito legítimo do povo palestino a ter um estado”.

No que diz respeito à libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, disse que “precisa de vários dias de trabalho”, referindo-se às “negociações em curso”. Quatro cidadãos franceses são considerados reféns ou desaparecidos desde 7 de outubro.

O presidente francês tinha uma escala no Qatar, no sábado à noite, para jantar com o Xeque Al-Thani, emir do país que está no centro das negociações de tréguas e da libertação dos reféns.

Fonte: dn.pt

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