Projeção indica que extrema-direita teria recorde se eleições europeias fossem hoje

A Europe Elects, organismo que analisa dados eleitorais, avaliou a forma como votariam os eleitores, tendo o resultado margem de confiança da ordem dos 95%.

O partido político europeu Identidade e Democracia (ID, que integra partidos de extrema-direita) registraria um recorde histórico no Parlamento Europeu, alcançando 87 lugares (mais 14), se as eleições europeias ocorressem hoje, segundo projeção divulgada pela Europe Elects, organismo que analisa dados eleitorais.

De acordo com esse levantamento, o ID – a que pertence o partido português Chega – seria a quarta força política, com 11,7%, ultrapassando os Conservadores e Reformistas (ECR, direita), que teriam 82 eleitos, 22 a mais que na atual legislatura.

“Este é o número mais elevado que [o ID] teve nas nossas projeções”, significando um “número recorde” para este grupo político, segundo a Europe Elects, que faz uma projeção, com margem de 95% de confiança, de como votariam os eleitores caso as eleições europeias se realizassem hoje.

“O mês de novembro trouxe uma eleição parlamentar nos Países Baixos com um resultado que foi diferente do esperado, o que também influencia um pouco a nossa projeção de lugares”, informa o organismo.

Os três maiores grupos permaneceriam os mesmos e com uma “maioria absoluta confortável” (405 em 705 assentos), registrando-se perdas à esquerda e subidas à direita.

O grupo de centro-direita Partido Popular Europeu (PPE, que agrega PSD e CDS-PP) 175 eleitos (22,4%), sete a menos que em 2019, enquanto os Socialistas e Democratas (S&D, que integra o PS) perderia 13 lugares, para 141 (18,3%). Já o Renovar a Europa (de que faz parte a Iniciativa Liberal) baixaria dos 108 para 89 eurodeputados (10,5%).

O grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) teria a maior subida: mais 20 lugares, para 82.

À esquerda, os Verdes (de que faz parte o deputado independente Francisco Guerreiro) seriam os que mais assentos perderiam – menos 22, para 52 (7,2%) – , enquanto o grupo da Esquerda (Bloco de Esquerda e PCP) alcançaria 38 eleitos (5,7%), três a menos que na atual legislatura.

Os não inscritos (NI) teriam 52 lugares (menos quatro, 6,1%), enquanto os partidos (ainda) não afiliados teriam quatro eleitos.

Com esses resultados, o terceiro lugar estaria agora aberto a três grupos: Renovar, ID ou Conservadores, enquanto as posições seis e sete seriam disputadas entre os não inscritos e os Verdes. Já o oitavo grupo seria escolhido entre a Esquerda ou os não filiados que não estão atualmente representados no hemiciclo.

Essas mudanças são explicadas pelo Europe Elects com múltiplos desenvolvimentos dos partidos nacionais.

Os ganhos do grupo ID devem-se sobretudo a três fatores: nos Países Baixos, o Partido para a Liberdade, de Geert Wilders, “superou o desempenho das sondagens nas eleições e está agora projetado para ter mais cinco lugares”.

Na França, o União Nacional (de Marine Le Pen) subiu três lugares, e na Bulgária, o movimento Volya (extrema-direita) está agora associado ao ID em vez do NI nessa projeção. Por outro lado, a Alternativa Alemã para a Alemanha (AfD) está perdendo dois lugares em comparação com o mês anterior.

As perdas do grupo da Esquerda provêm principalmente do Partido Comunista Francês (PCF), que perderia representação para quatro lugares.

Da mesma forma, as alterações para os partidos não filiados também são influenciadas pela passagem do movimento Somar espanhol para o grupo dos Verdes.

Também a Aliança Liberal Dinamarquesa passa a estar filiada no PPE e não no Renovar, o que resulta numa mudança de dois lugares.

Fonte: dn.pt

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