Desde o início da construção de Palmas, a questão agrária é um tema de discussão, oportunidade de negócios e investimentos, mas também questionamentos e demandas judiciais. Inicialmente, o então governador José Wilson Siqueira Campos distribuiu cerca de cinco mil chácaras em volta do Plano Diretor de Palmas, a título de comodatos, para formar o chamado cinturão verde, um incentivo ao fomento da agricultura familiar, visando o abastecimento da cidade com hortifrutigranjeiros e a produção de pequenos animais, como aves e suínos.
Com o passar do tempo, os proprietários de terras em volta da capital viram grandes oportunidades de negócios, com a valorização de suas propriedades. Fizeram parcelamentos e microparcelamentos dos terrenos, criando chácaras e lotes. Os imóveis considerados urbanos, como regra, têm a metragem mínima de 125 m². Já os imóveis rurais têm como metragem mínima a chamada fração mínima de parcelamento, que varia de município para município, mas não costuma ser inferior a 2 hectares, ou 2.000 m²; no entanto, essa regra não é aplicada ao pé da letra em Palmas.
No entorno de Palmas, surgiram muitos “loteamentos” de chacrinhas, condomínios e até mesmo loteamentos regulares com toda a infraestrutura urbana. Na região à margem direita do Rio Tocantins, desde a divisa de Porto Nacional até próximo à cidade de Lajeado, existem chácaras à venda e condomínios de chácaras e lotes rurais a partir de 500 m². Nem todos os loteamentos e condomínios estão em situação totalmente regular, mas não há reclamação de compradores que tenham perdido seus imóveis. Às vezes, demora um pouco para efetivar a regularização das escrituras, por causa da burocracia e de questões ambientais, mas, mais cedo ou mais tarde, a tendência é que a documentação das propriedades parceladas chegue às mãos dos compradores.
Hoje, existem terrenos de 500 m² nos condomínios rurais no entorno de Palmas, a 10 km do trevo da cidade, sendo vendidos em até 230 meses, com prestações mensais fixas a partir de R$250,00. E o que mais impressiona é que esses imóveis, em sua maioria, são comprados por investidores da classe média e média alta, que constroem belíssimas e amplas casas, com lindos jardins, garagens para vários carros, área de lazer, piscinas e até campo de futebol. Vários desses condomínios têm guaritas, áreas de lazer comunitárias com campos de futebol para condôminos, comércio interno, internet, poços artesianos, ônibus coletivos, pesque-e-pague. O sossego, a segurança, a paz, a tranquilidade e a valorização são garantidos, além do clima bem melhor do que na cidade.
Fotos: Flávio Clark
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