Cerca de 200 ónibus transportaram mais de 10 mil militantes do PSOE, de todas as regiões de Espanha, até Madrid. O partido reuniu-se num encontro, no recinto de feiras de Ifema, naquele que foi o primeiro ato dos socialistas espanhóis após a investidura de Pedro Sanchéz como primeiro-ministro espanhol.
O ambiente foi de festa e de agradecimento aos militantes de base, face às inúmeras manifestações de direita que se têm feito sentir – muitas vezes com confrontos violentos – em frente a mais de 130 sedes do PSOE, por todo o país. Na origem dos protestos está a a amnistia aos independentistas catalães, proposta por Sanchéz a troco do apoio parlamentar para a formação da “geringonça” espanhola. Sanchéz agradeceu a todos os militantes “o compromisso” que têm mantido em defender o partido.
Ao mesmo tempo, lançou críticas ao Vox, de Santiago Abascal, e ao PP, partido mais votado nas eleições legislativas mas que não conseguiu maioria parlamentar, vendo gorada a investidura de Alberto Núñez Feijóo para primeiro-ministro. “O Vox insulta mas o PP, longe de condenar esses insultos, dobra a aposta. Apesar de todo o ruído, de toda a polarização, que corresponde a uma total falha em assumir o resultado eleitoral – e, portanto, de termos mais quatro anos de avanços progressistas -, vamos responder com muita serenidade aos insultos, e com sentido de humor”, afirmou o atual primeiro-ministro espanhol, perante uma animada plateia. “Proponho que durante esta legislatura façamos como diz o ditado inglês: “Keep calm and carry on”, que pode ser traduzido como algo do género “antes de mais tenhamos calma e sigamos em frente””.
Pedro Sanchéz não se escusou a abordar o tema da amnistia, atirando ainda mais farpas à direita. “Com esta decisão transcendente da democracia espanhola vão ser beneficiados também aqueles que se movimentam contra, porque vamos viver num país mais coeso, com mais convivência e mais unido que nunca”.
O líder do governo espanhol garantiu, ainda, que mesmo perante os ataques dos manifestantes de direita, o PSOE continuará o seu caminho. “Podem assediar e atacar as nossas sedes mas não vão derrubar os princípios e valores do PSOE, porque temos raízes muito profundas”. sublinhou.
Ainda durante este encontro, o primeiro-ministro de Espanha voltou a reafirmar o que já tinha dito sobre o conflito no Médio Oriente: “Condenar os ataques vis de um grupo terrorista como o Hamas e, ao mesmo tempo, condenar a morte indiscriminada de palestinianos em Gaza não é uma questão de política ou de ideologia, é uma questão de humanidade”.
Fonte: dn.pt