Evolução social: dos primórdios da humanidade à criação das metrópoles

Em cerca de 5,5 milhões de anos, o homem moderno dominou a natureza e inventou a civilização, construindo grandes cidades e metrópoles e se organizando socialmente, para chegar hoje a 8 bilhões de pessoas no planeta.

O período conhecido como pré-história teve início cerca de 5,5 milhões de anos atrás, com o surgimento dos primeiros hominídeos (família de primatas ancestrais do homem) e se estendeu até aproximadamente o ano de 4.000 a.C., quando a escrita foi inventada e começaram a aparecer as primeiras civilizações.

Esses milhões de anos foram marcados pela evolução das espécies humanas, que culminou com o surgimento do homem moderno, chamado de homo sapiens, entre 200 mil e 100 mil anos atrás. Nesse início da pré-história, que compreende o chamado período paleolítico (também conhecido como Idade da Pedra Lascada), os humanos viviam em grupos nômades, isto é, não estavam fixos à terra. Eram essencialmente caçadores e coletores. Entre suas características culturais, podemos destacar a fabricação de objetos de pedra, a utilização do fogo e o desenvolvimento da linguagem oral, além de datarem dessa época as primeiras pinturas rupestres, inscritas ou desenhadas nas rochas pelos homens primitivos ou pré-históricos.

Revolução Agrícola e Urbana

A situação dos grupos humanos foi radicalmente alterada por volta do ano de 10.000 a.C., com o fim da última glaciação. As mudanças climáticas e físicas do planeta proporcionaram o surgimento de vales férteis e de imensos rios em regiões anteriormente áridas. Com isso, os homens se fixaram à terra, iniciando as primeiras práticas agrícolas e a domesticação de animais por volta de 8.000 a.C.

Essas mudanças, conhecidas como Revolução Agrícola ou Neolítica, marcam o início do Período Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida. Essa época é caracterizada pela transformação dos grupos humanos de coletores em produtores e pela sedentarização desses grupos, o que permitiu a ocorrência da Revolução Urbana.

A sedentarização, o crescimento do número de integrantes das famílias e a progressiva aproximação entre elas conduziram essas comunidades à criação de um espaço de vida comum, composto de construções que abrigavam e protegiam seus membros, ajuntamento urbano que mais tarde recebeu o nome de cidade. A palavra cidade vem do latim civitate, noção próxima de civitas, que deu origem às palavras cidadão e civilização. A palavra urbano vem do latim urbs, que também significa cidade.

Foram criadas, ainda, regras para regular o convívio entre os habitantes desses ajuntamentos. Construiu-se uma sociedade com base no conceito de cooperação – a terra, os rebanhos e os instrumentos eram de todos, e o indivíduo só poderia se considerar dono deles se pertencesse à comunidade. A economia também evoluiu: as tribos passaram a produzir mais do que precisavam para consumo próprio e a trocar esses excedentes com outras comunidades.

Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., alguns grupos começaram a utilizar o cobre na fabricação de utensílios e armas, no período que ficou conhecido como Idade dos Metais. Posteriormente, também foram descobertos o bronze (2.500 a.C.) e o ferro (1.200 a.C.). A superioridade militar desses grupos de metalúrgicos obrigou outras comunidades a tornarem suas sociedades mais complexas, sendo atribuída aos governos uma nova função: a de proteção de seus membros.

Nessa caminhada de alguns milhares de anos – alguns acreditam que são milhões – grande parte dos homens deixaram a vida no campo, a agricultura, a criação e domesticação de animais e se organizaram em ajuntamentos urbanos. A esses ajuntamentos deram-se os nomes de aldeamento, arraial, colônias, povoamento, agrovilas, lugarejo, povoados, vilarejos, vilas, assentamentos, distritos, cidades, urbes, capitais e metrópoles.

Muitas pessoas, com alto conhecimento – formadas em cursos superiores, doutores, mestres, professores, jornalistas, políticos – têm dificuldade de entender a hierarquia e as categorias das cidades, como, por exemplo, o que é uma metrópole. Há aqueles que dizem que, no Brasil, apenas a capital de São Paulo, por ter uma população de 11,4 milhões, é uma metrópole, porque acreditam que metrópole seja apenas uma cidade grande, com enorme densidade demográfica e extensa área territorial, com a população na casa de milhões de habitantes. No entanto, segundo o dicionário Oxford Languages, “Numa região metropolitana, a cidade que exerce influência econômica, social e administrativa sobre as demais da mesma área é uma metrópole, independente do número de habitantes e extensão territorial”. E, ainda, “Capital ou cidade principal de país, estado ou província”.

Palmas é ou não é uma metrópole?

Então, Palmas, com um pouco menos de 350 mil habitantes (cerca de 20 mil habitantes menos do que Vitória, ES), é uma metrópole, ou pode ser considerada uma metrópole?

Segundo o dicionário Oxford Languages sim (e não), porque, independente do número de habitantes, é a capital do estado do Tocantins, sede administrativa de uma unidade da federação.

No entanto, segundo o IBGE, as metrópoles brasileiras são as 15 cidades que ocupam o topo da hierarquia urbana do Brasil. São elas:

  • São Paulo (SP) – Grande metrópole nacional (11.451.245 habitantes);
  • Rio de Janeiro (RJ) – Metrópole nacional (6.211.423 habitantes);
  • Brasília (DF) – Metrópole nacional (2.817.068 habitantes);
  • Fortaleza (CE) – Metrópole (2.428.678 habitantes);
  • Salvador (BA) – Metrópole (2.418.005 habitantes);
  • Belo Horizonte (MG) – Metrópole (2.315.560 habitantes);
  • Manaus (AM) – Metrópole (2.063.547 habitantes);
  • Curitiba (PR) – Metrópole (1.773.733 habitantes);
  • Recife (PE) – Metrópole (1.488.920 habitantes);
  • Goiânia (GO) – Metrópole (1.437.237 habitantes);
  • Porto Alegre (RS) – Metrópole (1.332.000 habitantes);
  • Belém (PA) – Metrópole (1.303.389 habitantes);
  • Campinas (SP) – Metrópole (1.138.309 habitantes);
  • Florianópolis (SC) – Metrópole (508.826 habitantes); e
  • Vitória (ES) – Metrópole (365.855 habitantes).

Tipos de metrópoles brasileiras

O conceito de metrópole, ao contrário do de região metropolitana, não possui um viés legal, mas possui diferenças regionais importantes. No geral, destaca-se que esses grandes centros urbanos, que apresentam população absoluta significativa, centralizam as atividades econômicas e demográficas de uma dada região; desse modo, ocupam o topo da rede urbana local.

No Brasil, a instituição responsável pela classificação das metrópoles é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme dispõe essa instituição, há três tipos de metrópoles no Brasil: grande metrópole nacional, metrópole nacional e metrópole.

Fonte: IBGE, Guia do Estudante e CNN Brasil | Fotos: Guia do Estudante, USP, Flávio Clark e Reprodução

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