O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinalou hoje o décimo ano da “Revolução da Praça Maidan” com uma mensagem sobre o que considerou “primeira contraofensiva” dos ucranianos contra a Rússia.
“Há 10 anos iniciámos uma nova página da nossa luta”, escreveu Zelensky, no sistema digital de mensagens Telegram.
“Há 10 anos, os ucranianos lançaram a primeira contraofensiva à arbitrariedade, contra as tentativas de nos privarem de um futuro europeu e contra a escravatura”, sublinhou o chefe de Estado.
Zelensky acrescentou que o processo iniciado em Maidan – a praça de Kiev onde se concentraram os protestos de 2013 – “continuaram todos os anos” no sentido de levar a Ucrânia a cumprir “o destino europeu”.
O chefe de Estado ucraniano apelou à unidade para que “se consiga a avançar no mesmo caminho” e “felicitou” os ucranianos na data conhecida como “Dia da Dignidade e da Liberdade”.
Hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, destacaram os 10 anos de “dignidade”, “orgulho” e da “luta pela liberdade” dos ucranianos.
No dia em que se assinalam os 10 anos do início das manifestações em Kiev, as duas líderes do bloco europeu destacaram que a União Europeia “está prestes” a iniciar as conversações sobre a adesão da Ucrânia.
“Dez anos de dignidade. 10 anos de orgulho. 10 anos de luta pela liberdade. As frias noites de novembro da ‘Euromaidan’ mudaram a Europa para sempre, apesar de, na altura, a Europa não se ter apercebido”, afirmou Ursula von der Leyen numa mensagem gravada em vídeo e difundia através das redes sociais.
A revolta da Praça Maidan começou com um protesto contra o incumprimento do então chefe de Estado (pró-russo) Viktor Yanukovich, que não assinou o Acordo de Associação com a União Europeia.
Yanukovick preferiu manter-se sob a influência do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, provocando manifestações de protesto reprimidas pela polícia.
Mais de uma centena de manifestantes morreu na sequência dos protestos.
Em fevereiro de 2014, a pressão das manifestações acabou por forçar a fuga de Yanukovich para a Rússia.
Moscovo respondeu com uma operação militar que anexou a Península ucraniana da Crimeia e ativando milícias separatistas nas “repúblicas independentes do leste da Ucrânia” onde começou uma guerra entre os grupos leais a Moscovo e o Exército ucraniano pelo controlo de território.
Rússia diz que está a travar as tropas ucranianas no rio Dnieper
Esta terça-feira, a Rússia afirmou que as suas tropas estão a frustrar as tentativas das forças ucranianas de cruzar o rio Dnieper, na região de Kherson, e estabelecer uma ponte operacional na sua margem esquerda.
De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, as unidades da 810.ª Brigada de Fuzileiros Navais da Frota do Mar Negro “estão a frustrar todas as tentativas de desembarque das forças armadas ucranianas nas ilhas e na margem esquerda do rio Dnieper”.
“O inimigo sofre diariamente baixas, entre mortos e feridos, e também perde equipamento militar na margem direita do Dnieper devido às suas tentativas frustradas de desembarcar nas ilhas localizadas na foz do rio”, acrescentou comunicado militar.
O comando militar ucraniano informou hoje que as suas tropas mantêm as posições alcançadas nos últimos dias na margem esquerda do Dnieper, entre três a oito quilómetros do rio, segundo Kiev.
No entanto, os especialistas militares consideram que estes avanços ainda são insuficientes para estabelecer uma ponte operacional na margem sul do Dnieper, onde tem origem o istmo da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Fonte: dn.pt