Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados com a ministra do Meio Ambiente, nessa terça-feira, 21 de novembro, o deputado federal tocantinense Alexandre Guimarães (Republicanos/TO) teceu duras críticas a Marina Silva. “Ao ouvir a ministra Marina Silva não apresentar nada de eficaz em 11 meses para o desenvolvimento sustentável do país e ainda fazer ataques ao setor produtivo”, enfatizou o parlamentar, que tem como suas principais bandeiras o agronegócio e defesa dos produtores rurais.
Na ocasião, a bancada do agronegócio também fez críticas à portaria do ministério que pode aumentar as competências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e tornar mais complexo o licenciamento ambiental para o setor. Outra queixa foi a suspensão de novas licenças do Ibama para a caça de javali. O agro é responsável por 1/3 do PIB e 28 milhões de empregos diretos.
Em seguida, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Pedro Lupion (PP/PR) criticou: “políticas autofágicas” do governo, que, segundo ele, alimentam polêmicas do agronegócio brasileiro com competidores estrangeiros. No entanto, Lupion também reconheceu a “relação cordial” da Frente com o Ministério do Meio Ambiente e aposta em convergências.
Ministra
Nas respostas, Marina Silva destacou o foco do ministério no combate a ilegalidades praticadas por uma minoria do setor agropecuário. “Aqueles que defendem queimadas e grilagem não podem ser os porta-vozes do agro brasileiro, porque eles vão trancar as portas e as oportunidades que o Brasil tem de cumprir com a missão de ajudar na segurança alimentar do planeta”, disse ela.
Segundo Marina, o gado confiscado pelo Ibama estava ilegalmente em área protegida da Serra do Cachimbo, no Pará; a hipótese de suspensão do CAR foi citada para casos de incêndios florestais criminosos; e a “lista positiva” do ministério premia os produtores rurais com boas práticas.
A ministra manifestou respeito pelo agronegócio e os esforços de modernização tecnológica, sobretudo por meio da Embrapa. Lembrou, ainda, ações recentes do governo em apoio ao setor, como o Plano Safra, focado na transição para a agricultura de baixo carbono.
Além disso, Marina citou os recentes eventos climáticos extremos no Brasil, fazendo a defesa enfática das ações do governo em busca de sustentabilidade econômica e socioambiental. A ministra comemorou a redução de 49% no desmatamento da Amazônia entre janeiro e outubro, reforçando o protagonismo que o Brasil espera na COP-28, a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, prevista para o fim deste mês em Dubai, nos Emirados Árabes.
Com Informações da Agência Câmara de Notícias
Foto: Ascom/Divulgação