Num artigo de opinião publicado no The Washington Post, Joe Biden escreve que Gaza e a Cisjordânia devem permanecer nas mãos da Autoridade Nacional Palestina, assim que Israel tenha conseguido derrotar o Hamas na Faixa de Gaza.
“A solução de dois Estados é a única forma de garantir a segurança a longo prazo tanto do povo israelita como do povo palestino. Embora possa parecer um tiro no escuro agora, esta crise tornou-a mais necessária do que nunca”, afirmou.
Na opinião de Biden, para alcançar a solução de dois Estados, vivendo lado a lado com condições iguais de “liberdade e dignidade”, é necessário o empenho de israelitas e palestinos, bem como dos Estados Unidos e dos seus aliados.
“Este trabalho deve começar agora”, defendeu.
O líder democrata voltou a distanciar-se do plano do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, que levantou a hipótese de assumir o controle da Faixa de Gaza por tempo indefinido.
Para Biden, não deve haver “deslocação forçada” de palestinos de Gaza, nem “reocupação, cerco, bloqueio ou redução do território” da Faixa por parte de Israel.
Para a Casa Branca, Gaza e a Cisjordânia “devem ser reunidas sob uma única estrutura de governo, em última análise sob uma Autoridade Nacional Palestina revitalizada”.
O presidente dos EUA recordou que avisou as autoridades israelitas de que a “violência extremista” dos colonos contra os palestinos na Cisjordânia ocupada deve cessar e ameaçou impor sanções contra os responsáveis pelos ataques.
Biden apelou também à comunidade internacional para que estabeleça “um mecanismo de reconstrução” em Gaza até o final da guerra e assegure que “as ameaças terroristas nunca mais surjam” nos territórios palestinos.
“Se chegarmos a acordo sobre estes primeiros passos e os dermos em conjunto, podemos começar a imaginar um futuro diferente”, sublinhou.
A administração de Joe Biden manifestou o seu apoio inabalável a Israel na guerra desencadeada em 7 de outubro, quando membros do braço armado do Hamas, organização considerada terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, se infiltraram em território israelita, matando 1.200 pessoas e raptando mais de 240.
Desde então, o exército israelita tem atacado a Faixa de Gaza, controlada pelos islamitas do Hamas, por terra, mar e ar, provocando mais de 11.300 mortos e milhares de deslocados internos.
No artigo, Biden disse estar “destroçado” com a perda de vidas civis palestinas, mas voltou a opor-se a um cessar-fogo porque acredita que seria usado pelo Hamas para “reconstruir o seu arsenal” e preparar novos ataques contra Israel.
Fonte: dn.pt