A Coreia do Norte disse hoje ter testado com êxito novos motores de combustível sólido que podem permitir o lançamento mais rápido de mísseis balísticos de alcance intermédio.
A agência de notícias oficial norte-coreana KCNA disse que os cientistas militares do país testaram os motores para as duas primeiras fases de mísseis no sábado e na terça-feira, sem indicar quando poderá estar concluído o novo sistema.
Mísseis com motores de combustível sólidos integrados podem ser preparados para um lançamento mais rápido e são mais fáceis de mover e ocultar, o que teoricamente torna mais difícil a deteção e a antecipação.
Os testes foram um “processo essencial para melhorar ainda mais as capacidades estratégicas ofensivas das forças armadas, à luz do grave e instável ambiente de segurança que o país enfrenta e da futura situação militar na região”, disse a KCNA.
As afirmações da Coreia do Norte de que os testes dos motores foram bem-sucedidos sugerem que o país irá testar novos mísseis nas próximas semanas, disse, à agência de notícias Associated Press, Cheong Seong-Chang, analista do Instituto Sejong, na Coreia do Sul.
Os atuais mísseis de alcance intermédio de Pyongyang são movidos por motores de combustível líquido, que precisam ser abastecidos antes do lançamento e não podem permanecer cheios durante longos períodos.
O anúncio da Coreia do Norte acontece numa altura em que a crescente cooperação militar entre Pyongyang e a Rússia é fonte de preocupação para a Ucrânia e os aliados, sobretudo depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, se ter encontrado, em setembro, com o Presidente russo, Vladimir Putin.
A KCNA confirmou que o ministro dos recursos naturais da Rússia, Alexander Kozlov, está a visitar a Coreia do Norte e disse que os dois países estão em negociações sobre cooperação comercial, científica e tecnológica, sem outros pormenores.
De acordo com a Coreia do Sul, o Norte forneceu à Rússia mais de um milhão de munições de artilharia para a guerra na Ucrânia, recebendo em troca aconselhamento técnico para os seus satélites.
Na semana passada, o Grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) condenou as transferências de armas do país para a Rússia, apelando aos dois lados para que “cessem imediatamente todas essas atividades”.
Na segunda-feira, os chefes da Defesa dos EUA e da Coreia do Sul reviram, pela primeira vez numa década, um acordo estratégico de dissuasão militar para combater Pyongyang, numa altura em que os dois aliados intensificam a cooperação em matéria de defesa, em resposta às crescentes ameaças nucleares vindas do Norte.
Fonte: dn.pt