No dia 26 de setembro de 2022 três explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 provocaram gigantescas fugas de gás natural e na prática puseram termo ao transporte daquela fonte de energia entre a Rússia e a Alemanha através do Mar Báltico. Apesar de a investigação por parte da Justiça sueca ter sido até agora inconclusiva, já em março os serviços de informações davam como certo que um iate alemão alugado a ucranianos naquela altura continha vestígios de explosivos.
Agora os pontos foram ligados, com fontes ucranianas e de outros países a revelarem a identidade do coordenador da operação: o coronel Roman Chervinsky, nem por acaso já detido devido a outro caso.
Numa investigação conjunta do Washington Post e do Der Spiegel atribui-se ao “coronel condecorado de 48 anos, que serviu nas Forças de Operações Especiais da Ucrânia”, a responsabilidade de coordenar a Operação Nord Stream: terá sido Chervinsky o responsável pela logística e apoio a seis operacionais que alugaram o iate Andromeda em Rostock, na Alemanha, sob identidades falsas e utilizaram equipamento de mergulho em alto-mar para colocar cargas explosivas nos gasodutos.
Ainda segundo as fontes que identificaram o coordenador do plano, este, um antigo elemento dos Serviços Secretos ucranianos, não foi o autor do mesmo, e que quem lhe deu as ordens respondia ao chefe das Forças Armadas, Valerii Zaluzhny.
Já o presidente ucraniano, que negou a participação do seu país na operação, deve ter permanecido na ignorância. “Todos os envolvidos no planeamento e na execução reportavam diretamente a Zaluzhny, pelo que Zelensky não teria conhecimento da operação”, dizia um relatório que estava nas mãos da CIA e que foi divulgado pelo lusodescendente Jack Teixeira.
Chervinsky disse, através do seu advogado, que o seu envolvimento nas explosões não é mais do que “propaganda russa”. O militar está preso desde 25 de abril, acusado de abuso de poder, em resultado de uma operação falhada destinada a atrair um piloto russo a desertar, o que incluía desviar o seu avião, mas que, segundo os investigadores, conduziu a um ataque com mísseis russos ao Aeródromo de Kanatove, que causou a morte a uma pessoa e ferimentos em 17.
Chervinsky entrou em choque com o chefe de gabinete do presidente, Andriy Yermak, e com o próprio Zelensky depois de uma operação ousada para capturar mercenários do Grupo Wagner na Bielorrússia, em 2020, ter sido cancelada. Segundo Chervinsky, o fracasso deveu-se às “toupeiras” do Kremlin que estão no gabinete presidencial, a começar por Andriy Yermak.
Fonte: dn.pt