A cidade de Palmas (município com área territorial de 2.227,329 km²), projetada e planejada desde o início para ser a capital do estado do Tocantins, já nasceu como um canteiro de obras.
No início, eram obras provisórias, precárias, rústicas e muito simples, boa parte feita de madeira, localizadas no chamado Plano Diretor Urbanístico de Palmas (PDUP), mas o ritmo de construções, terraplanagem, pavimentação e obras subterrâneas de infraestrutura básica, para canalização de água e esgoto, era intenso.
Centenas de empresas do segmento da construção civil se instalaram em Palmas: lojas de materiais para construção, construtoras, incorporadoras, engenharias, ferragistas e distribuidoras de ferro e cimento, indústria de pré-moldados, cerâmicas, dragas, lojas de materiais elétricos, lojas de pisos, imobiliárias e muitas outras empresas do setor. As oportunidades pipocavam; muita gente ganhando dinheiro e algumas pessoas perdendo. Muita gente chegando e muita gente indo embora.
Havia muitas oportunidades para comprar imóveis direto no balcão da extinta Codetins, autarquia responsável, na época, pela administração imobiliária da capital. Mas a prefeitura de Palmas e o governo do estado também doavam muitos terrenos e casas populares, além de concederem comodatos, autorizarem a ocupação e distribuírem, para as mais diversas instituições e entidades, as chamadas APMs (Áreas Públicas Municipais) e APEs (Áreas Públicas Estaduais). Todo esse “frenesi” imobiliário, social e econômico era voltado para construir, construir e construir. Todos queriam construir. Muitos conseguiram enriquecer, investindo ou exercendo diversas atividades profissionais na área da construção civil.
Os anos foram passando e hoje, 34 anos depois, a capital tocantinense ainda permanece em ritmo de construção, chegando aos 350 mil moradores e uma expressiva população flutuante (conjunto de indivíduos que permanecem num determinada área territorial por um período entre um e três meses, nos seis meses anteriores ou posteriores ao momento censitário; no caso específico de Palmas, podem se incluir pessoas em tratamento de saúde, políticos e servidores públicos dos 139 municípios do estado, estudantes e “concurseiros”, turistas e outros).
Nos anos 90, era muito intensa a construção civil, pois Palmas era um projeto de cidade e tudo estava por fazer. O governo estadual e a prefeitura municipal intensificaram as construções das obras e espaços públicos, como, por exemplo, secretarias, praças, feiras cobertas, urbanização das praias, pavimentação asfáltica, escolas, creches, hospitais e parques.
Verticalização
Depois da virada do século, Palmas entrou na era da verticalização. Até então havia pouquíssimos prédios. O primeiro prédio privado construído em Palmas foi o Edifício Dom Vasques, localizado na ACSE I (hoje 104 Sul), e a primeira galeria comercial foi a Galeria Bela Palmas, localizada na Avenida NS-01, na Quadra ACNO I (hoje 103 Norte), feita pelo gaúcho Sadi Cassol; depois, foi construído o Centro Comercial Wilson Vaz e, em seguida, o Palmas Shopping. Hoje, a cidade tem muitas centenas de edifícios com mais de 20 andares; a construção de prédios não para.
Expansão urbana
Surgiram muitos condomínios de luxo e mansões, mas também foram construídos condomínios populares; os novos loteamentos fizeram Palmas expandir para a região sul, norte e leste (serra e Machado/Taquaruçu Grande), além dos vários assentamentos rurais no entorno a cidade.
Mesmo não fazendo parte de Palmas, Luzimangues (município de Porto Nacional, cuja população trabalha para emancipá-lo) tem forte ligação com a capital, dependendo de Palmas para quase tudo, inclusive no que diz respeito a transporte urbano e saúde. A expansão, o progresso, o desenvolvimento e a valorização imobiliária do distrito de Luzimangues são devidos a Palmas.
Arquitetura
Palmas tem uma arquitetura moderna, recebendo, desde o início, influência de engenheiros, arquitetos, paisagistas e urbanistas. Os arquitetos Walfredo Antunes e Fernando Cruvinel, do Grupo Quatro, renomados profissionais, principais responsáveis pelo desenho do mapa do Plano Diretor de Palmas e coordenação de sua implantação, influenciaram não somente a arquitetura, mas todo o cenário paisagístico palmense. A beleza da cidade, tanto vista horizontalmente como de cima, numa tomada aérea, é encantadora, exuberante.
Jardinagem
A começar pela belíssima Praça dos Girassóis, a quarta maior praça do mundo, que perde apenas para a Praça Xinghai, em Dalian, China; a Times Square, em Daqing, China; a Praça Merdeka, em Jacarta, Indonésia, a cidade de Palmas tem paisagens exuberantes, com visão cinematográfica.
A jardinagem do Parque Cezamar e da Avenida Teotônio Segurado é encantadora. A cidade ainda não tem muitos monumentos, mas já oferece uma beleza rara, contrastando sua paisagem ornamental com a vegetação natural, com milhares de árvores frondosas, com grande destaque para os imensos pés de pequi.
Gestores
Pela prefeitura de Palmas já passaram sete gestores: Fenelon Barbosa, Eduardo Siqueira Campos, Odir Rocha (in memoriam), Nilmar Ruiz, Raul Filho (dois mandatos), Carlos Amastha (um mandato e meio) e Cínthia Ribeiro (dois mandatos). Cada gestor deixou sua marca na gestão.
A prefeita atual está se esforçando para deixar um grande legado, com obras e ações que estão ficando registradas com grande destaque.
“A prefeita Cinthia Ribeiro anunciou em 2022 um grande pacote de benefícios aos servidores públicos e tinha um significativo desafio para este ano: manter o nível ou dobrar a aposta. A chefe do Executivo municipal, sem prometer, surpreendeu os funcionários da prefeitura de Palmas com sua ousadia e entregou muito além da expectativa nessa sexta-feira, 27, nas comemorações do Dia do Servidor Público. Entre os anúncios: valor do auxílio-alimentação em dobro – ampliando de R$400,00 e R$500,00 para R$800,00 e R$1.000,00 – e criação do auxílio-saúde, com reembolso de até R$548,00. Os dois benefícios contemplam todos os servidores públicos da gestão municipal: efetivos, comissionados e contratos” (a matéria teve destaque nessa segunda-feira, 30, no portal Rede Jovem News).
As obras e ações não param em Palmas desde 20 de maio de 1989. E a atual prefeita, Cinthia Ribeiro, está pisando forte no acelerador, com muitas ações no seu governo. No momento, diversas obras e ações estão sendo empreendidas; dentre elas: reforma dos dois restaurantes comunitários (Palmas e Taquaralto), conclusão da duplicação da Avenida NS-10, reformulação da Avenida LO-09 (pista do antigo aeroporto, entre as quadras 303 e 305 Sul), consolidação do transporte coletivo de Palmas com inúmeras melhorias, como gratuidade total para os usuários do transporte coletivo de Palmas aos sábados, domingos e feriados, além de muitas atividades artísticas, culturais e esportivas.
A prefeita também anunciou que os concursos da Saúde, do Quadro-Geral e da Educação serão realizados em breve. E para os dois primeiros quadros – Saúde e Geral – a instituição realizadora será a Universidade Federal do Tocantins (UFT) – Copese. Ela detalhou que para o Quadro Geral serão 324 vagas e cadastro reserva para nível superior e 345 vagas e cadastro reserva para nível médio. Na área da Saúde: 1.129 para nível superior, 1.279 para Técnicos em Saúde, 454 para Agentes Comunitários de Saúde e 382 para Agentes de Combate às Endemias.
O próximo prefeito de Palmas terá que trabalhar muito para superar os bons gestores da capital.
Fotos: Flávio Clark
Outras imagens