Não foi desta vez. Em partida emocionante e com muita tensão no estádio Domingo Brugueño, em Maldonado, no Uruguai, Fortaleza e LDU de Quito empataram por 1 x 1 no tempo normal, não mexeram no placar na prorrogação e, nos pênaltis, os equatorianos venceram por 4 x 3, faturando o seu segundo título da Copa Sul-Americana, neste sábado, 28 de outubro.
Para o Fortaleza, que contou com a simpatia de quase todos os brasileiros, ficou o gosto amargo de não entrar para a história como o primeiro time do Nordeste do Brasil a ser campeão de uma competição internacional de primeira linha. Apesar de ficar a cinco mil quilômetros da capital cearense e a cerca de seis mil quilômetros de Quito, o estádio, com capacidade de cerca de 25 mil pessoas, estava lotado e com grande presença de torcedores dos dois clubes, mostrando o esforço descomunal dos apoiadores do Leão do Pici e do Albo para acompanhar suas paixões. Do Ceará, por exemplo, muitas caravanas de torcedores foram de ônibus, carro, moto e avião.
O jogo teve um primeiro tempo morno, sem os goleiros precisarem fazer nenhuma defesa de finalização. As melhores chances foram com Marinho, para o Fortaleza, que demorou para chutar uma bola dentro da área e com o zagueiro haitiano Ricardo Adé, que cabeceou por cima em um lance de ataque da Liga de Quito.
No segundo tempo, o jogo foi completamente diferente. Logo no início, aos dois minutos, Jhojan Julio ficou de frente ao goleiro, tentou tocar no canto, mas João Ricardo fez grande defesa. Dois minutos depois, o Fortaleza foi mortal na resposta. Pochettino faz bom cruzamento rasteiro pela direita e Lucero se antecipa à zaga do time equatoriano, abrindo o placar: 1 x 0.
O jogo ficou aberto, com chegada dos dois lados e a LDU buscando o empate. E a igualdade chegou aos 12 minutos, com Lisandro Alzugaray. Ele recebe lançamento longo na esquerda, dribla para o centro em grande velocidade, ingressa na área e atira com muita categoria no ângulo direito: golaço, 1 x 1.
Os times seguiram trocando ataques; Dominguez fez duas defesas seguras, enquanto a LDU não finalizou bem suas melhores chegadas. Sem mais gols, a partida foi para a prorrogação. O tempo extra teve bastante equilíbrio, com um pouco mais de volume para a Liga de Quito, mas ambos os clubes mostraram dificuldades para criar chances claras de gols, mesmo com boas chegadas.
Ao longo do jogo e da prorrogação, o Fortaleza ficou mais com a bola (52% x 48%) e finalizou menos (9 x 13), mas teve superioridade nas conclusões certas (4 x 3).
Nos pênaltis, o goleiro João Ricardo defendeu duas cobranças, mas o goleiro Alexander “Dida” Domínguez tapou três chutes. A maior tristeza para o Leão do Pici foi na sua quinta cobrança, de Pedro Augusto. O placar era de 3 x 3 e o jogador finalizou a série de cinco cobranças para cada lado com a chance de dar o campeonato para o Fortaleza. O chute de pé esquerdo, porém, foi defendido por “Dida” Dominguez e a disputa foi para a série de pênaltis únicos alternados. Nela, Luca Piovi marcou para a LDU e Dominguez defendeu o chute do zagueiro Brítez. Liga campeã mais uma vez!
O apelido “Dida” de Dominguez é por causa da sua capacidade de defender pênaltis e semelhança física com o lendário goleiro brasileiro homônimo. Os equatorianos, ao longo da competição, também eliminaram o Ñublense, do Chile, e o São Paulo, nos pênaltis. A LDU ampliou a sua lista de conquistas internacionais, que agora passa a ter duas Copas Sul-Americanas (2009 e 2023), uma Copa Libertadores (2008) e duas Recopas Sul-Americanas (2009 e 2010).
Veja os melhores momentos da decisão da Copa Sul-Americana:
Fotos: Divulgação LDU