Líder liberal russo pede a Putin que aceite acordo de cessar-fogo na Ucrânia

Grigory Yavlinsky, nascido na Ucrânia, considera que "é necessário iniciar negociações sobre o cessar das hostilidades o mais rapidamente possível e está disposto a participar nelas pessoalmente".

O líder liberal russo Grigory Yavlinsky reuniu-se esta quinta-feira com o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem pediu que aceite um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.

“O principal tema da conversa foi a necessidade de um acordo sobre um cessar-fogo na operação militar especial”, disse através de um comunicado o Yabloko, o único partido legal no campo da oposição na Rússia.

Yavlinsky, nascido na Ucrânia, considera que “é necessário iniciar negociações sobre o cessar das hostilidades o mais rapidamente possível e está disposto a participar nelas pessoalmente”.

Conhecido pelas suas posições pacifistas desde a primeira guerra da Chechénia (1994-96), o Yabloko nunca reconheceu a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014, e o mesmo aconteceu com a anexação, em setembro de 2022, de quatro outras regiões ucranianas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporiyia).

“Pela paz e pela liberdade” foi o mote sob o qual a formação liberal participou nas eleições municipais de setembro, nas quais se recusou a fazer campanha nas regiões anexadas.

Putin afirma há meses que está disposto a negociar com Kiev, mas apenas se esta aceitar as suas condições e a realidade no terreno, ou seja, a ocupação de uma parte do território ucraniano.

O chefe de Estado russo acusa ainda o seu homólogo ucraniano, Volodymir Zelensky, de ser a favor de uma guerra longa, e assinou um decreto que proíbe negociações com o inimigo.

Embora a Rússia reconheça apenas 5.937 baixas nas fileiras do seu exército, os serviços secretos ocidentais estimam em dezenas de milhares o número de combatentes russos mortos no país vizinho.

Apesar da anexação de quatro regiões, a Rússia apenas controla a quase totalidade de Lugansk, uma vez que as tropas ucranianas detêm vastos territórios em Donetsk, Kherson e Zaporiyia, onde recuperaram terreno desde o início da contraofensiva, em 4 de junho.

O Yabloko negou, por outro lado, que Yavlinsky tenha discutido com Putin as eleições presidenciais de março de 2024, nas quais o líder do Kremlin irá muito provavelmente candidatar-se à sua reeleição.

Em face à detenção do líder da oposição, Alexei Navalny, Yavlinsky é o candidato da oposição com maior probabilidade de ser registado pela Comissão Eleitoral Central. Para se poder candidatar, no entanto, o seu partido insistiu hoje que tem de obter “pelo menos 10 milhões de assinaturas de apoio à sua candidatura” junto da população russa.

Yavlinsky foi o terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 2000, com 4,3 milhões de votos, muito longe dos quase 40 milhões de Putin.

Fonte. dn.pt

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