Exército israelita atribuiu hoje à organização palestiniana Jihad Islâmica o ataque que atingiu um hospital em Gaza e que, de acordo com o movimento islamita Hamas, provocou 500 mortos.
“De acordo com informações de inteligência, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de foguetes que atingiu o hospital”, realçou o Exército israelita, em comunicado.
No momento do tiroteio, “uma rajada de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza, passando muito perto do hospital al-Ahli em Gaza”, segundo o exército, sugerindo que um destes caiu sobre o estabelecimento.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, culpou os “terroristas bárbaros de Gaza” pelo ataque ao hospital.
“Que o mundo inteiro saiba: os terroristas bárbaros de Gaza são os únicos que atacaram o hospital em Gaza, não o Exército [israelita]”, destacou o governante em comunicado.
“Aqueles que mataram brutalmente os nossos filhos estão a matar os seus próprios filhos”, acrescentou.
A Embaixada de Israel em Portugal adiantou também que a análise dos sistemas operacionais das Forças de Defesa de Israel (IDF) indicaram que “foi efetuado um ataque de rajadas de mísseis inimigos em direção a Israel, que passou nas imediações do hospital quando foi atingido”.
O comunicado da embaixada estava acompanhado por imagens do alegado momento.
A Jihad Islâmica é outra organização islamita armada presente na Faixa de Gaza, que também é alvo de bombardeamentos israelitas no território palestiniano na guerra entre Israel e o Hamas.
Pouco tempo depois, um porta-voz da Jihad Islâmica palestiniana negou a responsabilidade pelo ataque ao hospital, segundo a Sky News .
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, disse hoje que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita a um hospital onde se encontravam civis feridos e em busca de abrigo.
Numa outra declaração, o Hamas apelou “à comunidade internacional, aos países árabes e muçulmanos” para “assumirem as suas responsabilidades e intervirem imediatamente, não amanhã”.
As imagens divulgadas do hospital Al-Ahli mostravam um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona.
Imagens captadas pela agência Associated Press (AP) mostraram ambulâncias e carros particulares a convergir para o hospital Al Shifa, onde médicos e outras pessoas levaram os feridos para dentro em macas e cadeiras de rodas.
Uma pessoa tinha um coto sangrento onde faltava a perna esquerda e quatro homens carregaram um saco para cadáveres até uma viatura da defesa civil.
Pouco depois do ataque contra o hospital, eclodiram confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas ruas de Ramallah, sede da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia ocupada.
A Autoridade Palestiniana e a Liga Árabe, e países como Egito, Turquia, Jordânia ou Omã condenaram o ataque, atribuindo, de forma geral, a responsabilidade a Israel e instando o Estado judeu a terminar com os ataques a Gaza.
Na Faixa de Gaza, e o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 07 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.
Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas já mataram pelo menos 50 palestinianos, para além de centenas de feridos e pelo menos 200 detenções.
O ataque surpresa do Hamas em 07 de outubro terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.
Fonte: dn.pt