O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) britânico apelou às pessoas da cidade de Gaza para seguirem o pedido para a retirada de civis lançado por Israel, que vai, nos próximos dias, lançar uma ofensiva terrestre naquele território.
“Os militares israelitas anunciaram na manhã de 13 de outubro que toda a população de Gaza” devia mudar-se para o sul da Faixa de Gaza “nas próximas 24 horas”, lê-se na página de recomendações de viagem do MNE britânico, avança a Sky News.
“Aconselhamos a seguir este conselho emitido pelas autoridades israelitas. Reconhecemos que esta é uma situação de rápida evolução que apresenta riscos significativos”, sublinha o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
O grupo extremista palestiniano Hamas diz à população do norte da Faixa de Gaza para ignorarem o apelo de Israel para que os civis deixem as suas casas, uma vez que vai levar a cabo uma ofensiva terrestre com “força significativa”.
Segundo a AP, Hamas afirmou que os civis não devem sair das suas casas e acusa “ocupantes” de Israel de fazerem “guerra psicológica”.
Em comunicado, o Hamas, apela aos palestinianos para “permanecerem firmes nas suas casas face a esta repugnante guerra psicológica travada pela ocupação”.
O exército israelita avisou esta sexta-feira vai operar com uma “força significativa” em Gaza nos próximos dias e apelou para que a população do norte do território se retire para sul para poder atacar o Hamas.
“Por entendermos que há aqui civis que não são nossos inimigos e que não os queremos atingir, estamos a pedir-lhes que se retirem”, disse o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, citado pela agência norte-americana AP.
Israel tem concentrado forças junto a Faixa de Gaza numa indicação de uma ofensiva terrestre, depois de ter bombardeado o território controlado pelo grupo islamita Hamas nos últimos dias.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Jonathan Conricus, disse esta sexta-feira que o apelo para a “retirada de todos os civis da cidade de Gaza das suas casas para o sul” foi um “passo humanitário” dado por Israel para “minimizar as vítimas civis”.
“Há civis que não são nossos inimigos”, afirmou Conricus, citado pela Sky News.
“Não queremos atingi-los”, acrescentou, reiterando, no briefing desta manhã, que Israel quer atacar alvos militares do Hamas.
Mas Conricus admite que a evacuação da população não será um “processo fácil”.
Estará para breve uma incursão terrestre no território palestiniano pelo exército israelita.
Este é o apelo das Forças de Defesa de Israel para que haja uma “retirada de todos os civis da cidade de Gaza”:
O Conselho de Segurança Nacional e o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelitas alertaram, numa declaração conjunta, que o Hamas “lançou um apelo a todos os seus apoiantes no mundo para realizarem um ‘Dia da Raiva’ esta sexta-feira, incluindo um apelo para sair e prejudicar os israelitas e judeus”.
“A partir disso, é provável que haja eventos de protesto em vários países ao redor do mundo, que podem evoluir para eventos violentos”, destacaram estas autoridades, citadas pelo The Jerusalem Post.
Devido à ameaça, estas autoridades recomendaram que “todos os israelitas no estrangeiro se mantenham vigilantes, afastados de manifestações e, se necessário, se mantivessem atualizados com as forças de segurança locais sobre possíveis manifestações e motins”.
Israel emitiu uma “ordem de deslocação” para cerca de 1,1 milhões de pessoas no norte da Faixa de Gaza para sul, em 24 horas, disse a ONU, que pediu a anulação da ordem.
Na quinta-feira, os funcionários da ONU em Gaza “foram informados pelos oficiais de ligação do exército israelita que toda a população a norte de Wadi Gaza tinha de ser deslocada para o sul no prazo de 24 horas”, disse o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas Stéphane Dujarric.
Uma evacuação desta dimensão é “impossível sem causar consequências humanitárias devastadoras”, acrescentou o porta-voz de António Guterres.
“Isto equivale a aproximadamente 1,1 milhões de pessoas. A mesma ordem abrange todo o pessoal da ONU e refugiados em instalações da ONU, incluindo escolas, centros de saúde e clínicas”, indicou.
Dujarric pediu que esta ordem seja suspensa, “evitando o que poderá transformar uma tragédia numa calamidade”.
O exército israelita pediu, em comunicado, “a retirada de todos os civis da cidade de Gaza das suas casas para o sul, para a sua própria segurança e proteção”, acrescentando que serão autorizados “a regressar à cidade de Gaza depois de novo anúncio a permitir o regresso”.
Este prazo de 24 horas é dado quando Israel ameaçou lançar uma incursão terrestre no território palestiniano.
Fonte: lusa e dn.pt