UE vai eliminar gases fluorados até 2050. “Uma das maiores vitórias climáticas”, diz a Zero

O Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu reforçaram as proibições de comercialização no mercado europeu de produtos que contenham hidrofluorocarboneto ou gases fluorados, acelerar a adoção de soluções mais respeitadoras do clima e oferecer garantias aos fabricantes e investidores.

O Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram esta quinta-feira a acordo político para a eliminação progressiva até 2050 dos gases fluorados, utilizados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, bombas de calor ou equipamentos de proteção contra incêndio.

Além do pacto sobre a regulamentação dos gases fluorados, os negociadores das instituições europeias chegaram a acordo sobre outra regulamentação relacionada com substâncias nocivas à camada de ozonio.

“Acordo! O Conselho da UE e o Parlamento Europeu chegam a acordo sobre 2 regulamentos: gases fluorados e substâncias que destroem a camada de ozono”, informou esta quinta-feira a presidência espanhola do Conselho da UE na sua conta oficial da rede social ​​​​​​​X (antigo Twitter).

Estas normas, uma vez ratificadas oficialmente por ambas as instituições, irão “reduzir ainda mais as emissões para a atmosfera e contribuir para limitar o aumento da temperatura global”, afirmou a presidência espanhola.

Especificamente, os negociadores concordaram em reforçar as proibições de comercialização no mercado europeu de produtos que contenham hidrofluorocarbonetos (HFC) ou gases fluorados, acelerar a adoção de soluções mais respeitadoras do clima e oferecer garantias aos fabricantes e investidores.

O acordo prevê uma meta de zero hidrofluorocarbonetos até 2050, com uma redução progressiva do consumo entre 2024 e 2049, destacou um comunicado do Parlamento Europeu, que se assumiu como “o pai” desta exigência.

“Chegámos a um acordo ambicioso que vai pôr fim aos gases fluorados com efeito de estufa. Isto é essencial, não só porque estes gases são extremamente nocivos para o clima, mas também porque damos clareza às empresas e, portanto, segurança aos investimentos”, afirmou o negociador do Parlamento Europeu, o eurodeputado ambientalista alemão Bas Eickhout.

O acordo estabelece datas específicas para a eliminação gradual da utilização de gases fluorados em setores onde seja técnica e economicamente viável a mudança para alternativas que não utilizam gases fluorados, como refrigeração doméstica, ar condicionado e bombas de calor.

O acordo também estabelece condições e prazos rígidos para a utilização de gases fluorados com alto potencial de aquecimento global para serviços ou manutenção de diversos tipos de equipamentos.

Na opinião de Eickhout, as empresas europeias já estão na vanguarda do desenvolvimento de alternativas limpas aos gases fluorados e, portanto, a futura lei “será benéfica para o clima e para a economia europeia”.

Os gases fluorados com efeito de estufa, que incluem hidrofluorocarbonetos (HFC), perfluorocarbonetos (PFC), hexafluoreto de enxofre e trifluoreto de azoto, são utilizados em eletrodomésticos comuns, como frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, bombas de calor, equipamentos de proteção contra incêndios, espumas e aerossóis.

Estes gases são regulados pelo Acordo de Paris, juntamente com o CO2, o metano e o óxido nitroso, e representam cerca de 2,5% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) da UE.

Zero considera que UE “fez história” com acordo sobre gases fluorados

A associação ambientalista Zero considerou esta quinta-feira que o acordo alcançado sobre gases fluorados utilizados em inúmeras aplicações associadas à refrigeração, nomeadamente nos equipamentos de ar condicionado, marca “uma das maiores vitórias climáticas deste mandato da União Europeia”.

Em comunicado, a ZERO aplaude o acordo conseguido hoje sobre gases fluorados, frisando que o calendário proposto para a eliminação progressiva destes potentes gases com efeito de estufa assinala “uma mudança de paradigma, conduzindo sectores-chave, como as bombas de calor e ar condicionado, a utilizarem refrigerantes amigos do clima”.

“A UE fez história com a revisão do regulamento relativo aos gases fluorados. O acordo interinstitucional hoje alcançado, entre Conselho, Parlamento Europeu e Comissão Europeia, abre caminho para que a Europa se torne o primeiro continente livre de hidrofluorcarbonetos (HFC) até 2050, estabelecendo uma norma ambiental e climática sem precedentes à escala global”, precisa a associação.

O Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram hoje a acordo político para a eliminação progressiva até 2050 dos gases fluorados, utilizados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, bombas de calor ou equipamentos de proteção contra incêndio.

Além do pacto sobre a regulamentação dos gases fluorados, os negociadores das instituições europeias chegaram a acordo sobre outra regulamentação relacionada com substâncias nocivas à camada de ozono.

Estas normas, uma vez ratificadas oficialmente por ambas as instituições, irão “reduzir ainda mais as emissões para a atmosfera e contribuir para limitar o aumento da temperatura global”, indicou a presidência espanhola.

No comunicado, a Zero dá conta que “quase 2,5% das emissões globais da UE, equivalentes a todo o setor da aviação da UE, serão poupadas até 2050 graças à eliminação completa dos gases fluorados.

Para o presidente da ZERO, Francisco Ferreira, o acordo é “uma vitória tripla”.

“Em primeiro lugar, é uma vitória para o clima, devido à contribuição significativa dos gases fluorados para as emissões de gases com efeito de estufa na UE. É também uma vitória para a nossa saúde e ambiente, uma vez que os gases fluorados são uma fonte importante de emissões perigosas de substâncias perfluoroalquiladas na Europa. Finalmente, esta é uma vitória para a indústria verde da Europa, que é o lar da produção de alternativas amigas do clima aos gases fluorados: refrigerantes naturais”, afirmou.

Fonte: dn.pt

 

Notícias Relacionadas
Continue Lendo
Rede Jovem News