Com grande atuação do goleiro Sergio Romero, autor de sete defesas durante o jogo, algumas delas bem difíceis, e mais duas na definição por pênaltis, o Boca Juniors eliminou o Palmeiras diante do Allianz Parque lotado por 40,3 mil pessoas e conseguiu a sua classificação para a 12ª final de Libertadores na história. Agora, o time argentino buscará seu sétimo título e enfrentará o Fluminense na grande final, em jogo único no Maracanã, no dia 4 de novembro.
A classificação boquense veio após empate por 1 x 1 no tempo normal e triunfo por 2 x 4 nos pênaltis. Por sinal, a campanha do Boca Juniors na competição é curiosa, milagrosa e totalmente anormal na história da Libertadores. O time Xeneize não venceu uma só partida sequer nos mata-matas desta Libertadores, acumulando seis empates consecutivos e sempre conseguindo avançar nos pênaltis. Os adversários eliminados foram Nacional, Racing e Palmeiras.
Diferente do primeiro jogo em Buenos Aires, que terminou empatado 0 x 0 com o Boca melhor e tendo as principais oportunidades de gol, a partida em São Paulo foi muito mais para o Palmeiras, que teve ampla superioridade na posse de bola (69% x 31%), nas finalizações (24 x 3) e conclusões certas (3 x 3).
Contudo, o primeiro tempo, apesar do controle das ações dos mandantes, foi equilibrado; a única chegada de perigo teve o time argentino como protagonista e contundência. Merentiel recebeu lançamento longo, fez grande jogada individual pela esquerda passando por Gómez, invadiu a área e cruzou rasteiro na medida para o uruguaio Cavani completar de carrinho: 0 x 1, aos 23 minutos. O Palmeiras até tentou pressionar, mas não gerou nada perigoso.
Na segunda etapa, o Verdão foi com tudo em busca de gols, pois só a vitória classificaria os paulistas no tempo normal. O treinador Abel Ferreira promove duas mudanças ofensivas, com a entrada dos garotos Endrick e Kevin.
Logo, o Palmeiras domina o campo de ataque, aumenta a pressão e o técnico do Boca tira o atacante Merentiel para colocar o defensor Bruno Valdez. Aos 13 minutos, Endrick arma excelente jogada pela direita, passa para Mayke que, na cara do gol, chuta cruzado, mas Romero faz grande defesa. No rebote, Zé Rafel dispara uma bomba de longe e Romero espalma para escanteio.
Aos 21 minutos, Rojo faz falta dura em Kevin e é expulso por duplo amarelo. Com um jogador a mais, o Verdão toma conta do jogo por completo, embora sempre com dificuldades para transpor a defesa do Boca Juniors. De cabeça, Rony volta a exigir uma grande defesa de Romero. Aos 28 minutos, porém, não teve jeito. O uruguaio Piquerez recebe de Mayke, atira de longe, a bola desvia levemente na marcação e entra: 1 x 1, para festa da grande maioria do estádio.
O Palmeiras ainda precisava da virada para não encarar Romero nos pênaltis. E ela quase chegou aos 46 minutos do segundo tempo numa linda bicicleta de Rony, mas Romero conseguiu uma defesa espetacular. No rebote, o goleiro ainda desarma Endrick e a zaga do Boca afasta o perigo. A arbitragem deu apenas cinco minutos de acréscimo, o que gerou muita reclamação palmeirense, pois o Boca, principalmente após ficar com um atleta a menos, matou muito tempo, demorando nas reposições e provocando atendimentos médicos.
A decisão acabou mesmo nos pênaltis e Weverton defendeu a primeira cobrança feita por Cavani, o que incendiou o estádio. No entanto, Raphael Veiga também teve seu chute defendido por Romero. Valdez converteu, colocando o Boca à frente, e Gómez viu seu chute defendido por Romero. Depois disso, ninguém errou mais e o Boca conseguiu a classificação.
Com a camisa do tradicional time argentino, o goleiro já defendeu 14 pênaltis em 23 cobranças, um aproveitamento gigante muito acima do normal.
Confira os melhores momentos de Palmeiras 1 (2) x 1 (4) Boca Juniors:
Fotos: Boca Juniors/Divulgação